Aécio encerra campanha com visita ao túmulo de Tancredo
Em São João del-Rei, tucano condena ataques do PT e aponta onda a seu favor
Na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, o candidato do PSDB, Aécio Neves, disse neste sábado que tem ‘fôlego de sete vidas’ e chega ‘vivo’ ao segundo turno após a onda de ataques da campanha da adversária, a presidente-candidata Dilma Rousseff. ‘Tenho fôlego de sete vidas. Tem uma nova onda aí. O que está acontecendo nessas eleições é que as pessoas estão fazendo a reflexão [de escolher seus candidatos] no último momento’, declarou.
No último ato público antes da votação deste domingo, o tucano visitou o túmulo do avô, Tancredo Neves, na cidade histórica de São João del-Rei, defendeu a liberdade de imprensa e condenou os atos de vandalismo contra a sede da Editora Abril, que publica VEJA. Nesta semana, VEJA revelou que o doleiro Alberto Youssef contou à Polícia Federal que tanto o ex-presidente Lula como a atual candidata à reeleição, Dilma Rousseff, tinham conhecimento do esquema de desvio de recursos da Petrobras, uma trama criminosa que, acreditam os policiais, sucedeu o escândalo do mensalão. Após a reportagem, o edifício da Editora Abril foi pichado por manifestantes.
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Pesquisas – Aécio também defendeu neste sábado que os institutos de pesquisa passem por uma espécie de ‘reciclagem’ para aperfeiçoar o levantamento de intenções de voto e minimizar erros. No primeiro turno, o tucano obteve 33% dos votos, resultado bem acima do que Ibope e Datafolha haviam apurado. ‘Acho que todos os institutos vão ter que se reciclar. Vão ter que tentar compreender internamente o que aconteceu, porque os erros foram grosseiros no primeiro turno’, disse Aécio.
Baixaria – Pouco menos de 24 antes do início da votação, Aécio Neves voltou a criticar a campanha adversária e condenou a postura do ex-presidente Lula, o porta-voz dos ataques mais baixos. Coube a Lula, por exemplo, classificar Aécio como ‘filhinho de papai’, insinuar que o candidato agredia mulheres e comparar os tucanos aos nazistas. ‘O que chego é vivo. Lamentavelmente esta campanha vai ser lembrada como a mais sórdida de todas as campanhas a que o Brasil democrático já assistiu. Essa desconstrução existiu no passado em relação a outros candidatos, como Marina e Eduardo, e existirá no futuro se eles permanecerem no governo. Vencerei as eleições porque não há dinheiro, não há infâmia, não há sordidez que vença a verdade e a consciência dos brasileiros’, disse.
Para Aécio, a atuação do ex-presidente petista reflete um ‘desespero’ por parte dos adversários, já que pela primeira vez desde o governo Fernando Henrique Cardoso um candidato do PSDB chega ao segundo turno com chances reais de vitória. ‘O ex-presidente (Lula) se apequenou nesta campanha. Optou por desempenhar um papel que não está à altura de um ex-presidente da República. Ele sai muito menor nesta campanha do que entrou’, afirmou. ‘Como sou um homem generoso, vou buscar ficar sempre na memória com os rasgados elogios que ele fez a mim ao longo de todo o nosso convívio como governador de Minas Gerais’, completou. ‘O desespero final da campanha, eles percebendo que pela primeira vez em 12 anos haveria – como há – uma possibilidade real de derrota, aí bateu o desespero. Mas tudo tem limite. Alguns membros da campanha adversária ultrapassaram todos os limites. Não pode ser esse vale-tudo, essa coisa de fazer o diabo.’