Em debate frio, Crivella e Freixo focam em propostas
Ao contrário dos encontros no primeiro turno, recheados de ataques entre candidatos, programa da Band não teve momentos de tensão
Pela primeira vez frente a frente no debate televisivo neste segundo turno, nesta sexta-feira (7), os candidatos à prefeitura do Rio, Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL), evitaram confrontos e focaram em propostas para a cidade. O tom do programa na Band foi bem diferente de todos os encontros do primeiro turno das eleições, quando o candidato Pedro Paulo Carvalho (PMDB) foi constantemente alvo de ataques.
Um dos únicos momentos de embate mais duro foi estimulado por Freixo. O psolista acusou aliados de Crivella de publicarem mentiras a seu respeito na internet: “Tenho respeito pelo senhor, mas preciso dizer que aliados da sua campanha não tiveram um pingo de respeito comigo nessa semana. Foi uma chuva de calúnias e difamações e isso é crime. Gostaria que o senhor esclarecesse essas mentiras”, disse Freixo. “Esse respeito é recíproco, você fala em aliados, mas você tem ao seu lado partidos que protagonizaram escândalos do petrolão nos últimos tempos. É da sua responsabilidade isso? Não. Você não pode colocar nas minhas costas as mentiras que aparecem na internet. Não é justo que queira que eu assuma pelo que eu não escrevi”, respondeu Crivella.
No terceiro bloco, outro momento de leves divergências. Crivella questionou se Freixo iria aumentar os gastos da prefeitura. “Um ponto do seu programa de governo me preocupa. Você quer criar duas secretarias, quatro subsecretarias, três empresas públicas e um banco municipal. Como encontrar recursos para isso?”, questionou. “Nosso programa é completo. O seu tem 50 pontos, mas é curto, enxuto, não dá nem para aprofundar”, devolveu Freixo.
Em nenhum momento do debate, Freixo usou a arma mais usada por adversários contra Crivella nas últimas eleições – o fato de ser sobrinho do bispo Edir Macedo da igreja Universal. O senador também não explorou em nenhum momento controvérsias envolvendo o PSOL. Ainda que já tenham derrotado o PMDB no primeiro turno, nem Freixo nem Crivella abandonaram as críticas ao governo de Eduardo Paes. Ao falar sobre gasto público, Crivella disparou “Aqui no Rio o dinheiro foi desviado por corrupção e falta de gestão”. Freixo também acusou a prefeitura de ser pouco transparente.