TÓQUIO, 24 Abr (Reuters) – O ministro da Energia e Petróleo da Venezuela disse na terça-feira que se opõe a aumentar as metas de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na reunião do grupo em junho.
“Somos contra, acho que há uma abundância de petróleo disponível no mercado”, disse Rafael Ramirez durante uma visita a Tóquio, quando perguntado se ele era a favor de metas de produção maiores.
“Acreditamos que os preços do petróleo devem ser de pelo menos 100 dólares (por barril). A razão pela qual o preço é alto agora é porque o mercado está reagindo muito nervoso à crise econômica europeia e aos movimentos no Oriente Médio”, acrescentou.
Ramirez, que também preside a companhia estatal de petróleo da Venezuela PDVSA, disse que o país sul-americano membro da OPEP discordou das decisões de alguns membros do grupo, para aumentar a produção para compensar a queda nas exportações do Irã.
O ministro acrescentou que a Venezuela se opõe a sanções ocidentais contra o Irã desde o início.
A produção da Venezuela se mantém em 3 milhões de barris por dia (bpd), com pouca variação desde o ano passado, e está abaixo da meta do governo de 3,5 milhões de bpd neste ano, disse Ramirez.
Em março, os preços do petróleo Brent atingiram um um pico acima 128 dólares o barril, alta de 19 por cento sobre o do valor no final de 2011.
Um impasse diplomático entre nações ocidentais e o Irã sobre o programa nuclear da república islâmica alimentou preocupações sobre o abastecimento.
Mas a recuperação das exportações da Líbia, as preocupações sobre a demanda europeia, juntamente com uma maior produção da Arábia Saudita e do Iraque ajudaram a limitar o aumento dos preços, junto com as considerações do Ocidente sobre a liberação de reservas estratégicas.
Ramirez e o ministro do Comércio japonês Yukio Edanoparticiparam de uma cerimônia em Tóquio para assinar um acordo global de cooperação entre as duas nações.
(Reportagem de Osamu Tsukimori)
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