Rio de Janeiro, 24 abr (EFE).- O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, divulgou nesta terça-feira que obteve um lucro líquido de R$ 3,426 bilhões no primeiro trimestre do ano, valor 2,95% inferior ao mesmo período de 2011, segundo balanço divulgado pela instituição.
O lucro do período foi 6,93% inferior ao do último trimestre do ano passado. O banco atribuiu a queda do resultado à piora da inadimplência no período, que chegou a seu maior nível em dois anos, apesar da diminuição das taxas de juros.
No relatório, o Itaú citou o ‘continuado cenário de aumento da inadimplência na economia brasileira que impacta a qualidade do crédito’.
A taxa de inadimplência dos empréstimos com vencimentos há mais de 90 dias aumentou de 4,2% no primeiro trimestre de 2011 para 4,9% no último trimestre do mesmo ano. Nos três primeiros meses de 2012, esta taxa foi de 5,1%, a maior desde o último trimestre de 2009. Na pessoa física, a inadimplência fechou o trimestre em 6,7%, índice mais elevado desde o primeiro trimestre de 2010.
Diante da inadimplência, o Itaú aumentou as provisões para devedores duvidosos, despesas que somaram R$ 6,03 bilhões, uma alta de 37,7% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
O Bradesco, segundo maior banco privado do país e que divulgou seus resultados trimestrais ontem, também teve que elevar suas reservas, que chegaram em março a R$ 20,120 bilhões, valor 20,2% maior frente ao mesmo período do ano passado.
O índice de inadimplência do Bradesco subiu de 3,6% no primeiro trimestre de 2011 para 3,9% no último trimestre do mesmo ano. Nos três primeiros meses de 2012, esta taxa foi de 4,1%.
Apesar dos problemas com a falta de pagamento, o lucro do Itaú Unibanco no primeiro trimestre foi o segundo melhor para o período depois do registrado nos três primeiros meses de 2011.
Os lucros foram garantidos novamente devido ao crescimento da carteira de crédito do banco, que no final de março somava R$ 400,519 bilhões, valor 16,1% superior ao do mesmo mês do ano passado.
Os ativos totais do banco no final de março eram de R$ 896,800 bilhões, um crescimento de 15% em relação ao mesmo período de 2011. O patrimônio líquido da instituição aumentou 13,7% e chegou a R$ 72,500 bilhões. EFE