Política industrial do pré-sal mira mercado de 400 bi de dólares
O valor deverá ser usado pelo governo e pela Petrobras para fazer política industrial com o pré-sal e criar uma rede nacional de fornecedores
A demanda doméstica por bens e serviços em exploração e produção offshore de petróleo está calculada em 400 bilhões de dólares (cerca de 720 bilhões de reais) até 2020, segundo número usado como referência pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), calculado pela consultoria Booz. O montante dimensiona a margem que governo e Petrobras têm para fazer política industrial com o pré-sal e criar uma rede nacional de fornecedores.
O dado consta de documento do departamento da Cadeia Produtiva de Óleo e Gás do BNDES, criado há seis meses para ajudar a desenvolver a indústria de petróleo no país. “A política de conteúdo local vai exigir que quem ganhar novos contratos instale fábrica aqui. As empresas estão vindo, há várias conversando com a gente”, diz o chefe do departamento, Ricardo Cunha.
As iniciativas para se aumentar a produção e vencer os gargalos da indústria foram impulsionadas após a entrada de Graça Foster no comando da estatal e da contratação no Brasil, pela Petrobras, de mais 26 sondas de perfuração para o pré-sal, ambos em fevereiro. As metas são atrair novas empresas, expandir o financiamento e formar técnicos usando contratos da Petrobras como chamariz. Um atraso no desenvolvimento da cadeia significaria atrasar também a exploração do pré-sal ou resultar na importação de equipamentos e serviços.
BNDES, Transpetro, estaleiros, grandes fornecedores, associação de máquinas e equipamentos (Abimaq) e da indústria naval (Sinaval) participam de grupos de trabalho para enfrentar os gargalos. O modelo desenhado para as sondas – primeiro faz-se o contrato e depois monta-se a indústria que vai construí-la – pode ser repetido com a cadeia de fornecedores, de acordo com os envolvidos.
(Com Agência Estado)