* Venezuela e Irã querem produção da OPEP em 30 mi bpd
* Relatório da OPEP prevê demanda de 30,7 bpd no 2o semestre
VIENA, 12 Jun (Reuters) – Membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) pediram à Arábia Saudita nesta terça-feira para reduzir o excesso de produção, em uma tentativa de conter a queda dos preços da commodity, que já perdeu 30 dólares por barril desde março.
“Nós vamos fazer um pedido muito forte na reunião para que os países que estão produzindo mais cortem”, disse o ministro do Petróleo venezuelano, Rafael Ramirez.
A Arábia Saudita elevou a produção para 10 milhões de barris diários, a maior em décadas, para ajudar o enfraquecido crescimento econômico global, o que o ministro do Petróleo saudita, Ali al-Naimi, chamou de “tipo de estímulo” para a economia.
Isso fez com que a oferta da OPEP subisse para 31,6 milhões de barris diários em maio, segundo informou nesta terça-feira um relatório da organização, bem acima do alvo oficial de 30 milhões de barris por dia (bpd) definido em dezembro.
O excesso de produção tem irritado alguns membros da OPEP, que gostariam que os preços do petróleo permanecessem em patamares acima de 100 dólares para equilibrar seus orçamentos nacionais.
O petróleo Brent caiu de 128 dólares o barril em março para menos de 98 dólares nesta terça-feira.
“Acho que precisamos manter o limite máximo de produção de 30 milhões de barris diários que foi acordado na última reunião em dezembro”, disse Ramirez.
“A primeira e mais importante questão é concordarmos em respeitar a meta de 30 milhões”, concordou o governador iraniano da OPEP, Mohammad Ali Khatibi. O Iraque também disse que a OPEP está bombeando muito.
Com sua produção de petróleo decrescente em função das sanções norte-americanas e europeias, o Irã está cada vez mais irritado que o seu rival regional, a Arábia Saudita, que arcou com os custos de elevar a oferta.
A produção iraniana está no nível mais baixo dos últimos dois anos, ligeiramente acima de 3 milhões de barris por dia.
Na segunda-feira, Riad quase inflamou as relações com Teerã, sugerindo que OPEP teria que elevar sua meta de produção para atender a demanda no segundo semestre do ano.
Mas a Arábia Saudita pareceu recuar dessa posição na terça-feira, tornando mais provável que o grupo de países vai deixar a política de oferta inalterada.
O ministro do petróleo saudita, Ali al-Naimi disse a jornalistas que estava “feliz com a maneira como as coisas estão.”
Mas Riad pode precisar ir além e reduzir a produção se quiser evitar uma nova construção dos estoques globais de petróleo.
“Os sinais parecem estar mostrando que a economia global está se desacelerando ainda mais”, disse o secretariado da OPEP, com sede em Viena, em seu relatório mensal.
“A segunda metade do ano poderá ver uma nova diminuição nos fundamentos econômicos, apesar da demanda sazonalmente mais elevada.”
O relatório disse que a demanda de petróleo da OPEP seria em média de 30,74 milhões de barris por dia no segundo semestre do ano.
Isso implicaria que a organização precisaria cortar quase um milhão de barris diários a partir de níveis de produção existentes, caso queira evitar crescimento dos estoques no segundo semestre do ano.
(Reportagem de Alex Lawler and Amena Bakr)
REUTERS LC GB