BRUXELAS, 27 Jun (Reuters) – Os líderes europeus devem trabalhar em medidas de curto prazo para ajudar a resolver a crise da dívida soberana da região e aliviar a pressão do mercado sobre países em risco, afirmou nesta quarta-feira o comissário para assuntos econômicos e monetários da União Europeia (UE), Olli Rehn.
“É essencial que medidas políticas de curto prazo sejam decididas pelo Conselho Europeu”, disse Rehn a repórteres, referindo-se à cúpula dos líderes da região na quinta e sexta-feiras.
“Nós continuamos a trabalhar para facilitar as decisões sobre tais medidas para estabilização do mercado no curto prazo”, completou.
“Essa é a única coisa que eu posso dizer por enquanto, porque nós estamos trabalhando com Estados-membros a fim de ter decisões no Conselho Europeu”, acrescentou.
O Conselho Europeu é um órgão formado por chefes de Estado ou de governo da UE, junto com o presidente da Comissão Europeia, braço executivo do bloco europeu.
Rehn disse que a recapitalização direta para os bancos da zona do euro seria mais possível com uma supervisão mais ampla implementada na Europa, algo que continua, de certa forma, distante.
“Recapitalização bancária direta foi discutida no contexto do tratado do ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) há aproximadamente um ano”, afirmou Rehn, referindo-se ao fundo de resgate permanente da zona do euro.
“Não é segredo que a Comissão Europeia tem apoiado a recapitalização bancária direta sob a condição de ter uma regulação bancária mais forte e genuinamente europeia e uma autoridade regulatória, o que é um elemento anterior a uma união bancária”, avaliou o comissário.
Questionado se a Espanha poderá receber ajuda direta para seus bancos em vez de obtê-la com o intermédio do governo, algo que elevaria o déficit orçamentário e a dívida de Madri, Rehn respondeu:
“Nós temos que trabalhar com base em instrumentos existentes, a fim de preparar um programa setorial para a recapitalização dos bancos espanhóis em breve. Nesse contexto, nós tomaremos uma decisão com base no tratado existente.”
(Reportagem de Jan Strupczewski)