Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Investimento federal é o menor desde 2009

O volume de pagamentos feitos pela União caiu para menos da metade em relação ao mesmo período de 2016

Por Da redação
Atualizado em 7 Maio 2017, 12h16 - Publicado em 7 Maio 2017, 12h10

O corte de gastos do governo federal, para cobrir o rombo bilionário no orçamento, castigou os investimentos e deixou alguns órgãos praticamente à míngua. Entre janeiro e abril, o volume de pagamentos feitos pela União caiu para menos da metade em relação a igual período de 2016, de  19,1 bilhões de reais para 8,1 bilhões de reais. Trata-se do menor valor aplicado no período desde 2009, segundo levantamento da ONG Contas Abertas.

Boa parte dos pagamentos feitos até abril refere-se a orçamentos de anos anteriores e que não foram gastos dentro do próprio exercício. Apenas 24% do volume desembolsado no período é do orçamento atual, que sofreu forte contingenciamento no fim de março para cobrir o rombo fiscal. “Não há mágicas nem coelhos para tirar da cartola. É no investimento que o governo encontra margem para cortar o orçamento”, afirma Gil Castello Branco, secretário-geral da Contas Abertas.

Exemplo disso é o Ministério dos Transportes, que normalmente tem um orçamento mais gordo. No primeiro trimestre deste ano, o volume de desembolsos caiu 2,4 bilhões de reais em relação a igual período do ano passado. Em 2016, a pasta investido, até abril, 5,1 bilhões de reais. Neste ano, foram 2,7 bilhão de reais.

Outros ministérios ligados à infraestrutura também sofreram com a falta de dinheiro nos primeiros quatro meses do ano. No Ministério de Cidades, os pagamentos caíram 60% e no da Integração Nacional, 45%. “O ministério está adequando suas ações ao novo orçamento”, disse a pasta da Integração, em nota, ressaltando que o projeto de Transposição do Rio São Francisco não será prejudicado.

Deterioração

Situação pior vive o Ministério da Defesa, cujos pagamentos despencaram 73%, de 3,3 bilhões de reais para 879 milhões de reais. Na prática, isso significa a deterioração da infraestrutura existente, já que o governo mal tem conseguido fazer a manutenção da rede atual. “Em todo esse processo, a infraestrutura será a mais prejudicada. Na medida que o tempo for passado, as carências vão se acentuar; vai virar um caos”, afirma o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas. Segundo dados da consultoria Inter.B, no ano passado, os investimentos em infraestrutura ficaram em torno de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o necessário apenas para manter a estrutura existente está acima de 3%.

Neste ano, o volume de investimento continuará reduzido. “A expectativa nos próximos meses é espremer ainda mais o orçamento. Os investimentos desabaram e vão desabar ainda mais”, diz Velloso. Ele explica que as despesas com serviços previdenciários e outros gastos considerados fixos têm crescido acima da inflação. Ou seja, esse aumento tem de ser compensado com o corte de outros gastos.

Nesse processo, o governo não tem conseguido cumprir a promessa de retomar as cerca de 1,600 obras paradas no país. “Uma parte andou, mas a maioria não. Essas obras têm um componente de reequilíbrio de contratos e também dependem de contrapartidas dos governos estaduais e municipais”, diz o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.