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ANÁLISE-Petrobras terá que aumentar gasolina para cumprir plano

Por Da Redação
15 jun 2012, 16h34

Por Leila Coimbra

RIO DE JANEIRO, 15 Jun (Reuters) – A divulgação do novo plano de negócios da Petrobras, com maiores investimentos e sem a contrapartida de aumentos nos preços dos combustíveis, nem de aumento de fluxo de caixa, gerou questionamentos no mercado sobre como a estatal pretende manter as contas equilibradas.

A companhia anunciou nesta quinta-feira que irá investir 236,5 bilhões de dólares nos próximos cinco anos, mas prevê um corte de 18 por cento na produção de petróleo em 2016, o que poderia comprometer sua saúde financeira.

A maioria dos analistas ouvidos pela Reuters acredita que o novo plano é uma peça de ficção porque a estatal não tem aumento de receita previsto que possa fazer frente ao aumento nos desembolsos.

“Há uma redução de 700 mil barris por dia na curva de produção e mesmo que os preços do petróleo permaneçam no cenário previsto pela Petrobras, entre 90 e 100 dólares o barril, há uma defasagem em torno de 20 por cento nos preços dos combustíveis no mercado interno em relação ao preço internacional”, diz Lucas Brendler, analista da corretora Geração Futuro.

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“A empresa anunciou um aumento de custo mas há ausência de caixa”, completou Brendler. O aumento da receita líquida pela empresa precisaria ser feito via correção nos preços dos combustíveis, já que a cotação da commodity petróleo é determinada pelo mercado internacional.

Uma alternativa para a Petrobras cumprir o investimento prometido seria aumentar o seu endividamento, mas dessa forma a empresa corre o risco de descumprir os requisitos necessários para o investment grade, o que seria ruim para os negócios.

O novo plano de negócios aumenta a expectativa de captação anual de recursos pela estatal para a faixa de 16 bilhões a 18 bilhões de dólares, enquanto o anterior previa entre 7,2 bilhões e 12 bilhões de dólares ao ano.

“Porém, a empresa manteve a previsão de que sua relação dívida líquida sobre o Ebitda (fluxo de caixa) não vai passar de 2,5 vezes, assim como estava previsto no plano anterior. Significa que há a expectativa, pela empresa, de que haverá mais geração de caixa, senão ela perde o investiment grade, e aí complica”, disse o analista da Planner, Luiz Francisco Caetano.

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Relatório do banco Itaú BBA salienta que o corte na curva de produção de petróleo teve um impacto negativo sobre a receita líquida da empresa. “Embora o impacto de curto prazo sobre a receita líquida seja pequeno, isso implica um aumento das importações de petróleo e derivados para abastecer a crescente demanda, o que afeta a geração de caixa da empresa”, escrevem os analistas Paula Kovarsky e Diego Mendes no documento do Itaú BBA.

Eles afirmam ainda que a Petrobras planeja financiar o seu programa de investimentos por meio de dívida e geração de caixa, (em torno de 17 bilhões de dólares ao ano) e desinvestimentos (de 14,8 bilhões de dólares).

“Como a empresa não pode correr o risco de ultrapassar os requisitos exigidos para obter o grau de investimento, para cumprir os investimentos precisa de uma paridade internacional para os preços do diesel e da gasolina no curto prazo, o que vemos como muito agressivo”, escreveram no relatório.

O analista Gustavo Gatass, do BTG Pactual, escreveu que, proporcionalmente, a Petrobras está querendo contar com um percentual menor de financiamento do que fez nos últimos anos, apesar dos valores absolutos de necessidade de empréstimo maiores.

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“A Petrobras está claramente querendo contar com menos financiamento. No entanto, os pressupostos aqui são agressivos em várias frentes (preços do petróleo, fluxo de caixa por barril, alienações) e em certo sentido, isso pode facilmente ser mais arriscado”.

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