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América Latina ‘não pode ser complacente’ em tempos de crise (CAF)

Por Por Gabriela Calotti
11 out 2011, 14h21

A América Latina está em um “ótimo momento, mas não pode ser complacente em tempos de crise na Europa e Estados Unidos. Precisamos nos concentrar nos grandes desafios para o desenvolvimento regional”, afirmou nesta terça-feira o presidente executivo da CAF, Enrique García.

García falou à imprensa antes do seminário sobre “Os desafios presentes e futuros da América Latina”, organizado pela Corporação Andina de Fomento (CAF) e o Instituto de Ciências Políticas de Paris.

A região está em um bom caminho pois, “os governos não se assustaram com a situação preocupante da Europa”, disse o presidente que admitiu: “se a crise global piorar, afetará todo o mundo”.

“A boa notícia para a América Latina é que temos importantes reservas”, acrescentou Enrique García, ex-ministro boliviano que desde 1991 preside a CAF, originalmente um banco de desenvolvimento regional criado há 40 anos.

Após a crise financeira de 2008 a região “se defendeu muito bem” com um crescimento econômico de 6% em 2010 e de forma mais modesta no ano seguinte, mas “não pode se sentir satisfeita com um crescimento de 4%”, opinou.

Para ele, o caminho é buscar uma convergência com os países mais avançados e uma igualdade sustentável, além de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, diminuir a pobreza e a desigualdade.

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O grande desafio da América Latina é “aumentar seu crescimento com taxas acima de 5%”, para isso García recomenda investir pelo menos 25% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em dois setores frágeis: a infra-estrutura e educação, que requerem políticas de Estado.

Questionado sobre quais países são exemplos nestas áreas, García mencionou Chile, Brasil, Peru e Colômbia, mas insistiu que a América do Sul, região onde a CAF tem maior presença, é “muito heterogênea”.

Quanto à solidez financeira da CAF, no momento em que os bancos europeus estão à beira da falência, o presidente executivo assegurou que “mesmo em tempos difíceis todos pagam”, e esta atitude é atribuída aos países da região que vêem a corporação “como uma instituição independente e sem ideologia”.

“Não misturamos as operações com negócios”, disse se referindo ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Sobre os projetos impulsionados por governos que não compartilham uma ideologia neoliberal a resposta de García foi enfática: “os governos que você faz referência – disse ao jornalista -, independentemente de terem uma visão um pouco diferente (…) propõem projetos inteligentes”.

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“Nós optamos por um caminho pragmático: mouros e cristãos estão de acordo com a questão da infraestrutura”, resumiu García.

A CAF, com sede em Caracas, possui 22 bilhões de dólares em ativos e é formada por 16 países da região que controlam grande parte do capital. O banco possui vínculos com a Espanha, França, Alemanha, Japão, China, Rússia, Estados Unidos e Canadá.

García reconheceu que a União Europeia e a zona do euro têm um sistema de decisões muito complexo, mas acredita que eles postergaram decisões importantes e que a crise grega “não é um problema econômico, e sim um problema político”.

“Surpreende-me, como latino-americano, porque na América Latina vivemos experiências parecidas ou piores, mas tivemos a coragem de tomar as medidas necessárias”, acrescentou.

García negou que a atual crise vai acabar com a zona do euro, reconhecendo que “isto seria como estar à beira do precipício”.

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Contudo, não se atreveu a dar conselhos. “Não quero ter as pretensões do FMI”, afirmou.

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