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Por Fernanda Furquim
Este é um espaço dedicado às séries e minisséries produzidas para a televisão. Traz informações, comentários e curiosidades sobre produções de todas as épocas.
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Emmy 2011 – Séries Cômicas

Chegou o grande dia da TV americana. A cerimônia do Emmy será realizada esta noite, com a entrega dos prêmios para as principais categorias. O evento será exibido no Brasil pelo canal Warner, a partir das 21h. Entre as categorias mais importantes desta noite está a de Melhor Série Cômica. Esta é uma competição que […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 10h44 - Publicado em 18 set 2011, 14h02

Chegou o grande dia da TV americana. A cerimônia do Emmy será realizada esta noite, com a entrega dos prêmios para as principais categorias. O evento será exibido no Brasil pelo canal Warner, a partir das 21h.

Entre as categorias mais importantes desta noite está a de Melhor Série Cômica. Esta é uma competição que provoca muita discórdia entre os fãs, desde a seleção dos indicados até o resultado final. Isto porque a definição do que é engraçado é relativo. Se para alguns o escracho e o deboche é algo hilário, para outros não tem um pingo de graça. O mesmo vale para o humor ingênuo, para a ironia ou para a comédia física.

Durante anos o humor físico foi utilizado como linguagem universal da comédia, já que está isento de tradução e trocadilhos. Não é à toa que “Mr. Bean”, interpretado por Rowan Atkinson, faz mais sucesso internacionalmente que “Black Adder”, outra produção estrelada pelo mesmo ator, que considero seu melhor trabalho até hoje.

A comédia depende da identificação. Se o telespectador não identifica a situação ou os personagens, não se envolverá e, consequentemente, não achará graça. No meio da informática, por exemplo, existem milhões de piadas que não são compreendidas por metade do mundo, a não ser que estejam relacionadas ao uso diário e básico de um computador. Neste caso, mais pessoas terão condições de compreender o humor e achar a piada engraçada.

Acostumados ao humor da cultura americana, são poucos brasileiros que recebem  de braços abertos as sitcoms britânicas, por exemplo. E, em muitos casos, o tema abordado tem que ser mais facilmente identificável. O mesmo vale para sitcoms de outros países, cuja cultura é menos conhecida, e que se tornam totalmente bizarras.

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Enfrentando a dificuldade de agradar ‘gregos e troianos’, a categoria de Melhor Série Cômica traz entre os concorrentes as séries “Modern Family”, “Parks and Recreation”, “30 Rock”, “The Office”, “The Big Bang Theory” e “Glee”.

Notem que os concorrentes são todos representantes da TV aberta, sendo “The Big Bang Theory” a única sitcom tradicional (produções filmadas em estúdio, com três câmeras e a presença de um público).

Da lista, três são voltadas para o humor mais adulto e duas são dedicadas ao humor  juvenil, enquanto apenas uma explora as relações familiares, trazendo uma mistura dos dois.

Nesta lista, a série com melhor desenvolvimento é “Modern Family“. Trazendo personagens e situações bem enraizadas, ela vai além da necessidade de se fazer uma piada a cada três minutos. “Modern Family” tem como base a graça das relações e das situações propostas e não da piada fabricada para que uma determinada situação se torne engraçada.

Neste ano, “Modern Family” concorre com um pacote de seis episódios bem equilibrado, os quais valorizam cada uma das três famílias apresentadas na série. Apenas um deles é mais voltado para os personagens masculinos adultos: “The Old Wagon”. O destaque fica por conta do episódio “The Kiss”, que explora a relação gay, oferecendo um discreto, porém significativo, beijo entre dois homens, além de questionar a falta de demonstrações de afeto entre membros da mesma família.

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Na disputa, “Parks and Recreation” é a produção que tem mais potencial para enfrentar “Modern Family”. A série vem crescendo ao longo de suas temporadas, trazendo textos mais seguros e melhores oportunidades para os personagens coadjuvantes, muito embora as histórias ainda sejam centradas na figura de Leslie.

Ao contrário de “Modern Family”, esta série se apóia na fabricação de situações que forçam o surgimento de piadas. Com isso, a temporada teve altos e baixos.

O pacote de episódios que representa a produção não é tão consistente quanto o de “Modern Family”, mas ainda assim é forte. No destaque está o episódio “Harvest Festival”, que explora mais a cultura de uma cidade do interior, ao apresentar os personagens organizando uma feira municipal.

A seguinte na lista é “30 Rock”, que já teve dias melhores. Ao meu ver, a série ainda não se desgastou, mas seus textos revelam um certo cansaço e acomodação. Inteligente, irônica e nonsense, a série tem a vantagem de abrir seu leque de opções para diversos temas, não ficando centrada no ambiente no qual é situada: os bastidores de produção de um programa humorístico.

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Transitando entre política, cultura, questões sociais e pessoais, a série conquistou o Emmy três vezes. Começou a perder espaço depois que “Modern Family” estreou e, a partir de então, parece que perdeu a confiança em seu próprio potencial. Repetindo-se ou restrigindo-se, a temporada de “30 Rock” também teve altos e baixos.

Os episódios que representam a série nesta corrida pelo Emmy variam entre fraco e excelente. Um dos episódios que nem deveria ter sido incluído é aquele que foi transmitido ao vivo. Na história, Liz está triste porque ninguém se lembrou de seu aniversário de 40 anos. Este foi um dos mais fracos da temporada, trazendo um enredo pobre e produção que fugiu à estética e proposta da série. Se era para escolher um episódio que registrasse um momento, talvez tivesse sido melhor escolher o centésimo episódio da série. Entre os selecionados pelos produtores, o que melhor representa “30 Rock” neste ano é “Double-Edged Sword”, no qual Liz discute com Carol a forma como ele comanda um avião, que nem levantou vôo ‘por problemas técnicos’; enquanto isso, Jack e sua esposa tentam voltar para os EUA antes que sua filha nasça no Canadá.

Seguindo a lista, temos “The Office”, série que já poderia ter sido cancelada, mas que continuará em produção com um novo ator, agora que Steve Carell deixou o elenco.

Ao contrário de “30 Rock”, “The Office”, ao meu ver, já se desgastou. Com poucos episódios que resgatam seus tempos áureos, os roteiros sobrevivem por uma ou outra situação que ainda vale a pena.

A série consegue se manter graças à sua boa construção de ambiente e personagens. Mesmo assim, nesta temporada ela não conseguiu oferecer nenhum episódio realmente bom para representá-la na corrida pelo Emmy. No pacote oferecido pelos produtores destaca-se o episódio “Good-Bye Michael”, que faz dobradinha com “Garage Sale”, completando a história proposta.

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Deixei no final dessa lista as duas séries que representam o humor mais juvenil: ingênuo, sujeito a restrições de temas que podem ser abordados, os quais terão, obrigatoriamente, desenvolvimento limitado.

“The Big Bang Theory” é uma sitcom tradicional e uma das características desse formato é que os personagens não podem evoluir demais. Eles têm a obrigação de ficarem presos às suas características originais, que são tratadas como caricaturas.

Isso não quer dizer que o formato é descartável. “Tudo em Família”, da década de 1970, é ao meu ver o exemplo perfeito de como a caricatura pode ser bem explorada, garantindo uma bela trajetória para os personagens. Para os fãs mais jovens, temos como exemplo a série “Friends”.

No caso de “The Big Bang Theory”, além de ser tradicional ela também é uma produção que explora um tema segmentado: a vida de um grupo de nerds.

Nem todo mundo se interessa por esse universo ou se identifica a ponto de achar graça. Me parece que essas limitações levaram a série a um rápido desgaste de sua própria proposta. Com isso, apelou para histórias sobre trocas de casais, com idas e vindas de relacionamentos, os quais estão, desde o início, fadados a não darem certo (com exceção de Howie e Bernadette).

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Esta temporada da série se apoiou totalmente nesse tema, com poucos episódios que exploram o ‘mundo nerd’. Na seleção dos produtores, foram escolhidos episódios que retratam essas duas abordagens, sendo que o destaque fica para “The Engagement Reaction”, que retrata a junção dos dois temas: a reação da mãe de Howie à notícia de que o filho ficou noivo. O episódio gira em torno das conversas e especulações do grupo de nerds sobre o assunto.

Por fim, temos “Glee”. Esta é uma produção que teve um bom começo. Tal como “Batman” fez na década de 1960, que satirizou o universo dos super-heróis e da sociedade da época, “Glee” parecia se propor a oferecer uma sátira ao comportamento e à cultura do adolescente americano dos dias atuais.

Mas o sucesso deve ter subido rapidamente à cabeça dos roteiristas, que logo mudaram o rumo da série na segunda metade de sua primeira temporada.

Tentando se levar a sério, os episódios de “Glee” estão cada vez mais dedicados à tarefa de criar ícones que representem o adolescente na TV, levantando bandeiras e retratando temáticas com abordagens moralistas…’e ai daquele que não gostar!’

Com esta abordagem, a série está mais próxima de produções vistas em canais como Disney ou Nickelodeon, as quais já têm uma categoria própria: Melhor Série Infanto-Juvenil. Mas, por sua popularidade e por ser exibida em horário nobre da rede aberta, ela aparece disputando as categorias principais do Emmy. Seguindo a proposta adotada pela série, o episódio que se destaca no pacote oferecido pelos produtores para a corrida pelo prêmio é “Never Been Kissed”, no qual são tratados temas como o bullying homofóbico, situação que estaria provocando nos EUA o suicídio infantil.

Em função dos temas abordados por “Glee”, alguns veículos americanos acreditam que ela tenha uma chance de levar o prêmio. O fato de ter ganho o Emmy de Melhor Elenco em Comédia apenas reforça esta ideia. De minha parte, torço por “Modern Family”, série que, acredito, levará o prêmio pelo segundo ano seguido.

As respostas serão dadas esta noite!

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=JgMhSMLxvOU&w=620&h=330%5D

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