Vale é excluída do Índice de Sustentabilidade da Bovespa em 2016
Decisão ocorre após o desastre ambiental em Minas Gerais, onde houve o rompimento de barragens de rejeitos de mineração da Samarco
A composição do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa para 2016 encolheu em relação à carteira atual e destaca a ausência de ações de companhias como Vale, Gerdau e Sabesp. Já Cesp e Oi foram incluídas nas listagem.
A nova formação do ISE, que irá vigorar a partir de 4 de janeiro, traz 40 ações de 35 companhias, contra 50 ações de 38 empresas na composição atual. Também deixaram de fazer parte os papéis da empresa de logística JSL e da companhia de energia elétrica Coelce.
A publicação da carteira do índice ocorre após o desastre ambiental em Minas Gerais ocorrido com o rompimento de barragens de rejeitos de mineração da Samarco, no início do mês. A mineradora é uma joint-venture entre a Vale e a BHP Billiton.
Apesar da redução, a BM&FBovespa avaliou em comunicado à imprensa que a nova carteira traz “expressivo aumento da transparência por parte das companhias”, uma vez que aumentou a o porcentual de empresas que autorizaram a abertura das respostas do questionário usado no processo de seleção.
Em nota, o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani Pires, afirmou entender que a ausência da companhia no índice “seja uma reação dos membros do Conselho Deliberativo do ISE diante dos eventos que envolveram o acidente da Samarco”.
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De acordo com a BM&FBovespa, são convidadas a participar do processo anual do ISE as companhias que detêm as 200 ações mais líquidas da bolsa na virada da carteira. Para o processo da carteira anunciada nesta edição, foram convidadas 180 companhias. A formulação do ISE tem como parceiro técnico o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces).
Entre as características das companhias que compõem o novo ISE, a BM&FBovesa informou que 75% das empresas incluem avaliações e discussões periódicas de temas socioambientais nas reuniões do Conselho de Administração ou de comitês que reportam a ele, bem como 93% declaram possuir política corporativa sobre mudanças climáticas aprovada pelo Conselho de Administração ou pela alta direção.
(Com agência Reuters)