Tesouro faz emissão recorde de títulos com Selic a 11%
Segundo o órgão, papéis brasileiros estão mais atrativos para investidores internacionais após subida dos juros
No relatório da dívida pública divulgado nesta segunda-feira, o Tesouro Nacional informou que as captações de títulos federais somaram 57,9 bilhões de reais em março, recorde mensal. O governo realizou no fim daquele mês a primeira emissão soberana de 2014, de 1 bilhão de euros em novos bônus com vencimento em abril de 2021. A emissão foi feita dias após o rebaixamento de rating brasileiro pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, acarretado pela piora nas contas públicas e nos fundamentos da economia brasileira.
A atratividade dos títulos brasileiros para investidores estrangeiros é justificada, sobretudo, pela alta da Selic, que está em 11% ao ano. “Houve maior interesse no momento em que os investidores entenderam ser atraente comprar títulos públicos diante das taxas elevadas”, afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida do Tesouro, Fernando Garrido.
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Garrido adiantou que, em abril, deve haver menor volume de emissões, com redução de ofertas pelo Tesouro. “Os investidores acreditam que o ciclo de alta dos juros está próximo do fim e entendem que as taxas estão próximas do pico”, afirmou ele, referindo-se à Selic, hoje no patamar de 11%.
Em março, informou ainda o Tesouro, os títulos prefixados representaram 40,85% do total da dívida mobiliária, frente aos 39,07% em fevereiro. Essa parcela passou a ficar dentro da meta definida pelo Tesouro neste ano, entre 44% e 40%.
Já os papéis corrigidos por indicadores de inflação e corrigidos pela Selic representaram em março 36,32% da dívida (sobre 35,91% em fevereiro) e 18,59% (20,64% no mês passado), respectivamente.
(Com Reuters)