Montadoras dão folgas coletivas para reduzir estoques
A exemplo do que ocorreu no primeiro trimestre, VW, Mercedes e Volvo seguem adotando medidas para reduzir produção de veículos
A indústria automobilística, que tem estoques para 46 dias de vendas, segue adotando medidas de corte de produção. A Volkswagen, por exemplo, vai parar todas as atividades da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) entre os dias 4 e 14 de maio, na sequência do feriado do dia do Trabalho. Aproximadamente 13 mil trabalhadores das áreas de produção e administrativa entrarão em férias coletivas, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Na Mercedes-Benz – fabricante de caminhões e ônibus também em São Bernardo -, os quase 10,5 mil funcionários estão de folga hoje e amanhã, conforme informação do sindicato confirmada pela empresa. Esse tipo de parada geral vem ocorrendo desde o ano passado na unidade, que também tem cerca de 750 trabalhadores em lay-off (suspensão temporário de contrato) com volta prevista para o fim do mês. A montadora prorrogou para o dia 27 o fim de um programa de demissão voluntária (PDV) que deveria ter sido encerrado no início do mês.
Em Curitiba (PR), a Volvo colocará em banco de horas cerca de 1,5 mil trabalhadores do setor de caminhões entre 20 de abril e 4 de maio, aproveitando os dois feriados do período. No dia 6, um grupo de 1,7 mil funcionários retornou de férias coletivas de 20 dias.
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A produção total de veículos teve queda de 16,2% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2014, para 663 mil veículos. Só para caminhões a queda foi de 49,3% (21,7 mil unidades). Neste ano, as montadoras já demitiram 3,6 mil trabalhadores. Em 12 meses, foram fechadas 14.660 vagas.
Já as vendas totais de veículos caíram 17%, para 674,3 mil unidades, enquanto para o segmento de caminhões isoladamente caiu 36,6%, para 19,3 mil unidades. Entre os motivos apontados pelos fabricantes estão a crise econômica, a falta de confiança dos consumidores e o crédito mais caro.
(Com Estadão Conteúdo)