Levy pede compromisso de governadores com o ajuste fiscal
Em Natal, ministro cobrou esforço de entes federativos para que o país consiga cumprir a meta de economia para pagar a dívida
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçou para governadores e secretários da Fazenda dos nove estados do Nordeste que o governo trabalha com uma agenda que visa a melhorar a capacidade da gestão pública. Essa agenda, de acordo com Levy, é pautada por transparência para chegar ao objetivo desejado. O ministro participou, nesta sexta-feira, do III Encontro dos Governadores do Nordeste, que está sendo realizado em Natal, na capital do Rio Grande do Norte. Mas de acordo com ele, o esforço para que os ajustes sejam aprovados tem que contar com a ajuda dos governadores.
Levy, que foi recebido em Natal com pompas e circunstâncias de um chefe de Estado, com banda de música da Polícia Militar, falou também dos cuidados do governo em manter as condições para que programas socais sejam mantidos. Mas ressaltou o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo ele, o funcionamento do governo dependerá diretamente da aprovação não só das mudanças em benefícios trabalhistas, mas também de novas medidas que devem ser apresentadas ao Congresso, como a redução das desonerações de impostos.
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“Todas as atividades do governo dependem de um ajuste fiscal, dependem de termos as receitas necessárias para poder pagar. A gente não pode gastar mais do que nossas receitas. Então, nós precisamos ter essas receitas, e é isso que vem sendo discutido no Congresso”, disse o ministro da Fazenda.
O ministro reconheceu que as circunstâncias do comércio global mudaram e novas estratégias de ordem econômicas se fazem necessárias. O ministro destacou por várias vezes a necessidade de se aprovar no Congresso as medidas de ajuste fiscal e pediu ajuda dos governadores do Nordeste na tarefa de sensibilizar os parlamentares sobre a importância da aprovação. “As medidas anticíclicas foram importantes, mas se esgotaram”, afirmou Levy.
Levy afirmou que, após a aprovação dos ajustes pelo Congresso, que ocorreu na última quinta-feira, o próximo passo será aprovar o projeto que reduz as desonerações. Segundo ele, o corte de impostos sobre a folha de pagamentos da indústria fez com que o país deixasse de arrecadar 25 bilhões de reais. “Não podemos nos perder no discurso da crise. Temos que olhar além dela”, disse Levy, sob aplausos.
(Com Estadão Conteúdo)