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Finanças pessoais: como começar o ano com o pé direito

Especialistas dão dicas de como fazer para que o desejo de botar as finanças em dia não fique na promessa de Ano Novo

Por Derick Almeida
22 dez 2010, 06h18

Para ser eficiente, a organização do orçamento familiar deve conter a relação das entradas e saídas de recursos ao longo de um ano inteiro

Os gastos da virada do ano podem ser administrados de diversas maneiras sem que se tornem um problema a ser digerido por meses a fio. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA oferecem estratégias para que o consumidor tire o melhor proveito das negociações e das diversas alternativas de pagamento de impostos, produtos e serviços.

Pesquisar preços e saber realizar um bom planejamento do orçamento familiar são as ferramentas mais importantes à disposição dos consumidores. Desta maneira, a aquisição de quaisquer produtos e serviços pode ser programada para aproveitar o melhor momento para compra, a opção de pagamento mais vantajosa e ao menor valor possível. “Para isso, a internet se tornou um meio eficaz para que comparações sejam realizadas”, afirmou Fabio Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Orçamento familiar – A organização do orçamento familiar, a fim de que seja eficiente, deve conter a relação das entradas e saídas de recursos ao longo de um ano inteiro. “O brasileiro é habituado a pensar só no curto prazo. Isso faz com que contas esporádicas, ou seja, que não têm de ser honradas com freqüência, não ganhem a devida atenção”, alertou Roberto Zetngraf, coordenador do Ibmec-Rio.

Ao prever gastos, o consumidor deve também incorporar aos preços estimados uma projeção de inflação. De acordo com a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central em 13 de dezembro, a previsão dos economistas para o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011 é de 5,21%. “Se as compras de itens pressionados pela inflação forem supérfluas, é melhor não fazê-la. Além disso, em hipótese alguma, deve se deixar o dinheiro parado no banco. É sempre bom lembrar de fazer uma aplicação com o que sobrar”, afirmou Roy Martelanc, professor de finanças da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). “O final do ano é uma boa época pra fazer pesquisa de preço organizada; elencando os 100 itens de supermercado que sua família mais consome, por exemplo. Essa diferença pode compensar o aumento da inflação”, completou.

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Material escolar e matrícula – O melhor conselho para lidar com aquelas despesas de início de ano que não dão margem à negociação (as referentes aos impostos) é pesquisar, pesquisar e pesquisar. Esta é a melhor saída para aquela que é uma das contas mais pesadas desta época: o material escolar.

Outra dica dos especialistas é fazer uso do poder de barganha. “Na hora de comprar quaisquer materiais, é sempre interessante fazer pedidos grandes, junto com vizinhos ou amigos, para que o poder de barganha por descontos seja maior”, comentou Gallo. Outra recomendação é tentar evitar os modismos. “Os preços de alguns produtos, como lancheiras e mochilas, de personagens famosos são muito inflados. O consumidor deve se ater ao que é necessário”, aconselhou.

Ainda em relação ao material escolar, o professor de finanças da FGV recomenda que as famílias, de ano em ano, façam uma lista dos artigos que já têm em mãos para que identifiquem aqueles que podem ser reutilizados durante o ano letivo. Desta maneira, a economia é ainda mais garantida.

No caso de matrículas e mensalidades escolares, a pessoa deve, primeiramente, verificar se as condições de pagamento à vista do ano letivo oferecidas pela escola são interessantes. Caso o desconto seja superior a 1% ao mês, o investimento vale a pena, pois o valor economizado é superior ao rendimento da poupança, por exemplo. Do contrário, “não seria interessante contrair um empréstimo em um banco para pagar o ano letivo à vista, sendo que os juros mensais cobrados pelos bancos são maiores que aqueles embutidos nas mensalidades”, salientou Gallo.

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Impostos – Para pagar em dia aqueles tributos típicos do ano que se inicia, Roberto Zetngraf recomenda que o brasileiro faça com antecedência o planejamento dos gastos. “Há despesas que o contribuinte arca apenas uma vez ao ano e muita gente se esquece delas. Esses gastos precisam constar no orçamento a fim de que se consiga economizar, previamente, dinheiro suficiente para quitá-los”, disse.

O Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o seguro obrigatório para veículos (DPVAT) e o Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) são exemplos de despesas que costumam atribular a vida de muitos brasileiros, mas que podem ser contornadas. “Se o dinheiro estiver à mão, a maneira ideal de pagamento seria à vista, já que o desconto concedido pelo governo, tanto do estado quanto da prefeitura, é mais atrativo do que se esta quantia estivesse aplicada em fundo de investimentos”, afirmou Gallo. No caso do IPVA do Estado de São Paulo, por exemplo, o desconto é de 3% para o pagamento à vista, ou de 1% ao mês, se dividido pelo teto de três parcelamentos. Logo, as taxas são mais vantajosas que o rendimento de uma aplicação convencional que, de acordo com Gallo, seria 0,6% ao mês.

Uma última recomendação diz respeito ao 13º salário. O recurso é visto, com freqüência, pelas famílias brasileiras como a salvação do ano. No entanto, em muitos casos, ele atua como o grande vilão do endividamento familiar. Em vez de utilizá-lo na compra de dezenas de presente de Natal, “o 13º salário, assim que entrar na contabilidade familiar, deve cobrir dívidas anteriores. Caso sobre algo, o ideal será guardá-lo para honrar os gastos de início de ano”, alerta Gallo.

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