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Dólar cai 1,88% na semana e BC sonda demanda por leilão

Queda reflete as medidas adotadas pelo Banco Central ao longo da semana que tiram entraves à entrada da moeda norte-americana no país

Por Da Redação
7 dez 2012, 17h46

O dólar encerra a semana com queda acumulada de 1,88% em relação ao real, refletindo a mudança de postura do Banco Central sobre a entrada de moeda americana no país. Nesta sexta-feira, o dólar à vista fechou a 2,0870 reais no balcão, com alta de 0,38%. Na semana e no mês, o recuo da moeda é de 1,88% – em oposição à alta acumulada na semana anterior, de 2,11%. Na máxima do dia, a moeda bateu em 2,0880 reais e tocou em 2,0740 reais, na mínima.

Em grande parte da sessão desta sexta-feira, o dólar variou pouco no mercado doméstico, mas, no meio da tarde, a moeda apresentou aceleração. Um analista comenta que a expectativa de que a divisa não recuaria para abaixo de 2,08 reais alimenta compras de quem se prepara para um nível levemente acima deste.

Também circulou nas mesas de câmbio a informação do rebaixamento do HSBC Holdings pela Fitch. A notícia teria pesado para a aceleração da alta da moeda ante o real, já que o movimento se iniciou de forma concomitante ao horário do anúncio no exterior e o setor financeiro global continua preocupando.

Contexto – A alta do dólar nos últimos dias fez com que o governo começasse a retirar travas para a entrada da moeda americana no país. O Ministério da Fazenda voltou atrás, nesta quarta-feira, no prazo para a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos externos. Com isso, apenas as operações feitas com vencimento inferior a 360 dias serão tributada em 6% de IOF. A medida foi adotada em 2011 para conter a valorização excessiva do real, que vinha preocupando o Palácio do Planalto. A partir de agora, contudo, as operações que tiverem prazo superior a um ano deixarão de ser tributadas.

Na terça-feira, o BC já havia divulgado uma circular ampliando de um para cinco anos o prazo para as operações de pagamento antecipado de exportações. Desde março, o pagamento antecipado de exportações estava limitado a doze meses. Comisso, o BC solta uma importante amarra, que tinha impacto fortemente a entrada de dólares no país.

O esforço concentrado do governo reduziu o nível do dólar, que havia fechado acima de 2,12 reais na sexta-feira passada, depois que a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) enfraquecido no terceiro trimestre alimentou o entendimento de que um real mais depreciado seria desejável pela administração federal.

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Impacto – O resultado dos esforços do governo foi tirar o dólar de um nível acima de 2,12 reais, registrado no último dia útil de novembro, rumo a 2,08 reais. Após o fechamento dos mercados, o BC sondou as mesas de operações sobre a demanda por leilões. Logo depois da consulta, o dólar para janeiro de 2013 abrandou a alta de 0,34% para cerca de 0,19% (2,088 reais).

Agentes do mercado de câmbio viram a mensagem do BC coerente em relação aos anúncios feitos na semana, que fizeram o dólar fechar em declínio em quatro de cinco pregões. Mas muitos estrategistas disseram que as palavras da autoridade monetária também confundem quando confrontadas com as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente Dilma Rousseff sobre o patamar da moeda.

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O diretor da Fourtrade Corretora de Câmbio, Luiz Carlos Baldan, observa que diversos participantes do mercado consideram que o intervalo de 2,08 reais a 2,12 reais deve ser o nível de oscilação do dólar até o fim do ano. Para ele, no entanto, o nível deve estar mais estreito, entre 2,08 reais a 2,10 reais.

Outro estrategista avalia que não há inversão de tendência na trajetória central para a moeda. “O governo continua querendo ver um real mais depreciado. O que o BC quer é controlar a velocidade do movimento”, citou. A preocupação, prosseguiu, é que o câmbio não pressione a inflação, para que se concretize o plano de voo do BC de manter o juro em patamar baixo por um período prolongado.

(com Estadão Conteúdo)

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