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Com inflação em alta, consumidor tem de se proteger

O site de VEJA ouviu especialistas em finanças pessoais e separou algumas dicas de como se proteger de eventuais perdas no poder de compra

Por Beatriz Ferrari
8 dez 2010, 18h43

A inflação voltou a assustar o brasileiro neste ano e existe o risco de que o problema se estenda por 2011. O novo governo começa com essa preocupação e o próximo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, um dos formuladores do sistema de metas, admite o cenário. O mercado, contudo, se tranquiliza frente à postura do BC de Dilma. “O sistema de metas é sem dúvida alguma o instrumento mais adequado para o cumprimento da missão de assegurar a estabilidade do poder de compra da nossa moeda”, disse Tombini nesta terça-feira em sua sabatina no Senado. Ou seja, será mantida a mesma preocupação com os preços que foi verificada nos oito anos do governo Lula. Mas, para o consumidor, o momento é de cautela. Para manter o controle do orçamento, diante da alta dos preços, especialistas em finanças pessoais ouvidos pelo site de VEJA fazem as seguintes recomendações:

(1) Compare preços e busque substitutos: A medida fundamental é comparar preços sempre. Como a inflação dos últimos três meses tem sido pressionada principalmente pelo custo dos alimentos, em função de questões climáticas e sazonais, o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli, recomenda que o consumidor seja disciplinado nesta tarefa. “As pessoas devem procurar alimentos substitutos mais baratos e que contenham propriedades nutricionais semelhantes; além de dar preferência a produtos de marcas mais em conta, mas de qualidade garantida”, explica.

(2) Negocie as tarifas de serviços: A comparação de preços também vale para os serviços. Neste caso, o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Evaldo Alves, aconselha o consumidor a negociar tarifas sempre que possível. “Preços de transporte público não podem ser negociados, mas serviços pessoais, como os domésticos, sim. E geralmente esses sobem de preço sem muito parâmetro. É sempre bom barganhar”, pondera.

(3) Fuja das dívidas: O professor também alerta que agora não é o melhor momento para se endividar. “Esses altos índices de inflação às vezes estão embutidos nos financiamentos”, afirma. Alves também ressalta que as famílias têm de estabelecer um limite para o comprometimento de sua renda futura com prestações. Na avaliação dele, 30% do rendimento mensal é um patamar prudente. “Se o orçamento ficar mais comprometido do que isso, qualquer elevação de preço pode tornar difícil honrar as prestações”, explica.

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(4) Invista em títulos públicos: O professor de finanças pessoais da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), Francisco Carlos, avalia que as melhores opções para o pequeno investidor neste momento são títulos do Tesouro Direto com juros pré-fixados ou atrelados à Selic (taxa básica de juros). “Se você acha que os juros vão continuar subindo, a opção mais interessante é comprar Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), que pagam a taxa acumulada da Selic do período”, explica. “No entanto, se o investidor espera que o Banco Central reduza a taxa de juros no médio prazo, na esteira de uma eventual queda da inflação, a melhor opção é comprar as Letras do Tesouro Nacional (LTNs), que têm juros pré-fixados, atualmente em 12,45%”, explica o professor.

Outra possibilidade seria a aplicação em títulos atrelados à própria inflação, como ao IPCA ou IGP-M. A estratégia, contudo, pode ser arriscada, aponta o professor. O motivo é a perspectiva de desaceleração destes índices nos próximos trimestres, caso o governo cumpra as promessas de adotar uma política fiscal e monetária mais austera.

Cenários – Os especialistas avaliam como muito improvável que, no médio prazo, o brasileiro retome o hábito de fazer estoques, tal como se via em épocas de inflação galopante. A expectativa é que a economia desacelere no primeiro semestre do ano que vem e, com ela, a inflação. A equipe econômica do próximo governo sinalizou que pretende reduzir os gastos públicos; o Banco Central já tomou medidas para conter o crédito; e o mercado espera que a taxa Selic comece a subir em janeiro. Tudo isso deve contribuir para conter a forte demanda por bens e serviços verificada em 2010 – turbinada ainda por estímulos do governo para reduzir os efeitos da crise internacional, como expansão do crédito direcionado e isenção de impostos; além dos gastos públicos excessivos, bastante ligados ao ano eleitoral. A expectativa é que a inflação tenha atingido um pico neste final de ano e que deva arrefecer conforme a demanda se desaqueça. O mercado aposta em uma taxa de 5,20% para o IPCA acumulado de 2011, de acordo com a última pesquisa Focus.

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