Obama inaugura cúpula de olho em maior área de livre comércio do planeta
A 21ª Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) considera novas adesões, como China e Japão
O presidente Barack Obama inaugura neste sábado a 21ª Cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), dominada pela vontade de nove países do grupo de criar a maior área de livre comércio do planeta. Obama receberá os líderes das 21 economias do Apec no encontro marcado por fortes medidas de segurança e que terminará no domingo.
Esse grupo de países se reúne anualmente desde 1989, com o objetivo de facilitar o comércio entre seus membros. Ele representa 44% do comércio mundial e 50% da população do planeta. O governo prevê que a reunião do Havaí seja o momento para anunciar o início de uma negociação do Acordo Comercial Transpacífico (TPP).
Novas adesões – O Japão deu um apoio decisivo a essas negociações, que se iniciaram modestamente em 2004 com apenas quatro países, ao anunciar na sexta-feira que deseja unir-se ao projeto. A China, que considerava “muito ambiciosos” os objetivos de Washington, também não descartou algum dia unir-se ao TPP. “Se um dia recebermos um convite, estudaremos seriamente”, disse Yu Jianhua, assistente do Ministério de Comércio chinês, após a reunião que os ministros da Apec realizaram nesta sexta-feira em Honolulu, às vésperas da cúpula.
Os Estados Unidos, principal incentivador do TPP, não rejeitou explicitamente a participação da China, mas advertiu que a mesma deve ser acompanhada de altos níveis de transparência e liberdade, áreas nas quais Pequim é criticado com frequência. O Representante Comercial americano, Ron Kirk, advertiu igualmente ao Japão que deverá ater-se aos “altos padrões” que os membros do TPP fixaram para liberalizar suas economias. Além de Japão e China, as versões sobre um interesse do México e do Canadá pelo TPP se tornam cada vez mais fortes.
Os países que participam nas negociações do TPP até agora são a Austrália, Brunei, Chile, Estados Unidos, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Esses países devem autorizar a entrada do Japão e de qualquer outro país que solicitar participar nas negociações. Para alguns observadores, a incorporação do Japão poderá atrasar as negociações, que os participantes esperavam concretizar em um texto comum na primeira metade de 2012.
Centro de gravidade – As economias do Apec, com Estados Unidos na liderança, tentam posicionar-se como “o centro de gravidade estratégico e econômico” do planeta, nas palavras da secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
Em seu discurso, Hillary afirmou: “Chegou o momento de um sistema transpacífico mais dinâmico e duradouro, que promova a segurança, prosperidade e valores universais e incentive uma cooperação efetiva na escala que os desafios hoje requerem”.
(Com agências EFE e France-Presse)