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Cesta de moedas deve ajudar no equilíbrio cambial, diz Guido Mantega

Em entrevista ao site de VEJA em Paris, o ministro da Fazenda afirma que o aperfeiçoamento da cesta de moedas do FMI não é prejudicial ao dólar

Por Ana Clara Costa, de Paris
18 fev 2011, 17h57

Os Direitos Especiais de Saque (SDR) do Fundo Monetário Internacional são um instrumento que deve ajudar a promover o equilíbrio cambial, afirma Mantega

Após a reunião do grupo dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), em Paris, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou com exclusividade ao site de VEJA sobre um dos principais tópicos a serem discutidos pelas lideranças do G20 (o grupo das dezenove nações mais ricas do mundo, além da União Europeia): o aperfeiçoamento da cesta de moedas que seria usada como referência das transações internacionais. A medida, segundo Mantega, aliviaria a pressão sobre a moeda americana e poderia reverter sua trajetória de depreciação.

Há um consenso entre os BRICs sobre o uso de uma cesta de moedas para tirar a pressão do dólar?

Eles vêem com muito bons olhos que haja um instrumento como esse. A África do Sul, que passou a fazer parte do grupo no final do ano passado e que participou de sua primeira reunião conosco, também está de acordo.

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Este mecanismo é o caminho para a busca de um equilíbrio cambial no mundo?

Acredito que sim. É um caminho, inclusive, que já existe. Estou falando do SDR, os Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse mecanismo precisaria apenas ser mais sofisticado para que possa cumprir funções que ainda não cumpre. Ele teria, por exemplo, de oferecer uma conversibilidade maior. Só assim poderia ser utilizado em larga escala nas transações internacionais.

O que falta para que esse aperfeiçoamento ocorra?

É preciso ter um banco global de emissão, que, a meu ver, deveria ser o próprio Fundo Monetário. Porém, o FMI ainda tem de passar por algumas reformas para que possa representar de maneira mais equilibrada todos os países.

E como ficaria o dólar nessa cesta?

Primeiramente, é preciso deixar claro que esta ideia não é contrária à moeda americana. Ela está, inclusive, no SDR, que, por definição, é conversível. Quando você tem o SDR, que é um direto especial de saque, e recebe um valor do FMI, você consegue trocar com o próprio fundo em todas essas moedas em que ele é depositário. Existem dólares nesta cesta, assim como há inúmeras outras moedas. Então, ele faz a conversibilidade. Se as transações internacionais continuarem a demandar grande quantidade de dólares, o SDR cumprirá a função de ofertá-los. Logo, a medida não necessariamente prejudica a moeda americana. Por outro lado, se a o mundo quiser diferentes divisas, uma cesta mais equilibrada, o SDR também dará conta de atender essa demanda, ajudando, inclusive, a aliviar a pressão sobre o dólar. É, enfim, um instrumento que deve ajudar a promover o equilíbrio cambial.

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