Brasil e Argentina prometem resolver conflitos comerciais
Os ministros das Relações Exteriores brasileiro, Antonio Patriota, e argentino, Héctor Timerman, desejam eliminar os problemas em até quatro meses
Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e da Argentina, Héctor Timerman, disseram nesta terça-feira que os dois países comprometeram-se a resolver seus conflitos comerciais em até 120 dias.
Timerman liderou nesta terça-feira uma missão argentina, integrada também pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que discutiu com membros do governo brasileiro os diversos impedimentos comerciais que surgiram nos dois países em meio à crise global.
Ambos os ministros disseram em entrevista coletiva que decidiram que delegações dos ministérios das Relações Exteriores, Economia e Comércio realizarão, a partir da primeira semana de junho, “reuniões periódicas” para resolver problemas pontuais no comércio bilateral.
A Argentina, de acordo com Timerman, busca mais acesso ao mercado brasileiro para diversos produtos, entre os quais mencionou camarões e medicamentos – que, segundo ele, poderiam aumentar o volume das exportações para o Brasil em cerca de 2 bilhões de dólares por ano.
Além disso, o país vizinho deseja a suspensão do sistema de licenças não automáticas para diversos produtos argentinos perecíveis, entre os quais foram incluídos vinho, uva, farinha de trigo, maçã e batata.
Pleito brasileiro – Pelo lado brasileiro, Patriota disse ter pedido a Timerman que a Argentina revise seu próprio sistema de licenças não automáticas para as exportações brasileiras e também a exigência de uma declaração antecipada de importações que existe no país vizinho, pois também prejudica ao comércio bilateral.
Além disso, pediu que a Argentina suspenda as restrições impostas à carne de porco, que afetam diretamente os exportadores nacionais, agora ajustados a um sistema de cotas imposto pelas autoridades argentinas.
Segundo Patriota, há um compromisso para examinar com cuidado cada uma das demandas, com ‘espírito integrador e vontade política’. O ministro brasileiro afirmou que os dois países concordam que não há outro caminho para ambos exceto a integração produtiva e que “não há nem haverá retrocessos políticos” nessa direção.
Na opinião de Timerman, no atual cenário de crise e com a ‘enorme sintonia política’ entre os dois países, é necessário aumentar o comércio bilateral, assim como o comércio dentro do Mercosul – o que incluiria Paraguai e Uruguai. “Sempre será melhor comprar de parceiros do Mercosul do que de países de fora da região”, declarou.
Em relação ao Mercosul, Timerman antecipou ainda que a Argentina proporá aos demais membros do bloco que elevem a Tarifa Externa Comum (TEC) ao nível máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) a fim de favorecer os intercâmbios regionais.
(com agência EFE)