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Aumenta desconfiança do mercado em relação à HRT

Empresa chegou a valer 10 bilhões de reais mas enfrenta problemas por não conseguir encontrar petróleo

Por Da Redação
17 set 2012, 15h30

O empresário Marcio Mello é um sujeito de otimismo inabalável. Mineiro, com forte sotaque carioca, ele fala como se pregasse. É tanto entusiasmo que em alguns momentos perde o ar. Foi com esse jeitão que, em 2009, Mello convenceu 70 investidores a colocar dinheiro numa ideia ambiciosa. Geoquímico e ex-funcionário da Petrobras, ele prometeu encontrar petróleo na selva amazônica e na costa da Namíbia, na África. A um grupo de estrangeiros céticos com o projeto, lembra um banqueiro brasileiro, o empresário veio com essa, em inglês: “�Vocês acreditam em Deus? Então, acreditem em mim”�.

E os investidores acreditaram mesmo. Em outubro de 2010, ele levantou 2,6 bilhões de reais ao abrir o capital da petroleira HRT na bolsa de São Paulo. Há um ano e meio, em seu melhor momento, a empresa chegou a valer 10 bilhões de reais. Mas os afagos do mercado não duraram muito. Mello ainda não encontrou o prometido petróleo no meio da floresta. Achou gás, mas não foi suficiente para convencer os investidores. A costa africana, onde estão mais de 70% dos ativos da empresa, passou a ser sua grande aposta.

O problema é que, na semana passada, a concorrente Chariot Oil & Gas, parceira da Petrobras num bloco na Namíbia, anunciou ter perfurado um poço seco a 150 quilômetros da área da HRT. A notícia bastou para que os papéis da empresa caíssem 12% em um só dia. Essa queda não é pouca coisa para uma companhia avaliada agora em 1,3 bilhão de reais – 10% do que já valeu um dia. Na mesma semana, o fundo Blackrock, que já teve 5% do capital da empresa, reduziu sua participação para 2,24%. Mas quem disse que o fundador da HRT baixou a cabeça? �”Estamos no melhor momento da história da empresa�, disse ele. �O mercado é que não nos compreende”, disse.� Esse é Marcio Mello.

Dos nove poços perfurados nos últimos 14 meses na Bacia do Solimões, um estava seco e seis tinham gás. O último, descoberto na semana passada, tem capacidade para produzir 3 milhões de metros cúbicos do combustível por dia – é 10% do que o Brasil exporta diariamente da Bolívia. “�Se fosse em São Paulo ou no Nordeste, ou em qualquer outro lugar, seríamos a maior companhia do Brasil”�, disse o empresário. Mas é justamente porque esse gás está no meio da floresta amazônica que os investidores ainda olham com tanto desinteresse para ele. Mello garante que até o ano que vem terá um plano de �monetização� do gás do Solimões para apresentar ao mercado. Uma das alternativas é liquefazer o combustível e transportá-lo em balsas para cidades próximas.

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Quem está cuidando de perto desse projeto é um grupo de executivos da petroleira russa TNK-BP, que no início deste ano pagou 1 bilhão de dólares por 45% dos blocos que a HRT detém no Solimões. Por coincidência ou não, desde que os russos se tornaram sócios da subsidiária brasileira, a HRT vem passando por uma série de mudanças. Nos últimos seis meses, a empresa reduziu pela metade seu quadro de 600 funcionários. Das quatro sondas que a petroleira mandou fazer na China para operar no Solimões, duas serão vendidas por lá mesmo. A meta é reduzir os custos em 40%.

(Com Agência Estado)

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