Zuckerberg admite que seus próprios dados foram vazados
Na Câmara dos Representantes, dono do Facebook disse que parece 'inevitável que haverá a necessidade de alguma regulação' no setor
O diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou nesta quarta-feira que os seus próprios dados na rede social foram vendidos à empresa britânica Cambridge Analytica, que acessou informações de 87 milhões de usuários. É o segundo dia em que o CEO do Facebook fala ao Congresso americano. Zuckerberg compareceu hoje ao Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Representantes. Na terça-feira, ele respondeu a perguntas de 44 dos 100 senadores.
Na audiência desta quarta-feira, ao falar sobre o escândalo da Cambridge Analytica, a legisladora democrata Anna Eshoo perguntou a Zuckerberg se os dados pessoais do executivo foram vendidos a “terceiros”, e recebeu um “sim” como resposta.
Em março foi revelado que a empresa britânica Cambridge Analytica teve acesso, em 2014, a dados coletados pelo Facebook e usou essa informação para construir um software destinado a deduzir as decisões dos usuários.
A Cambridge Analytica supostamente colaborou com a equipe do agora presidente, Donald Trump, durante a campanha eleitoral de 2016.
Em princípio, o Facebook calculou em 50 milhões o número de afetados, mas no início de abril admitiu que a Cambridge Analytica acessou no mundo todo os dados de 87 milhões de usuários, a maioria dos Estados Unidos.
Até então, Mark Zuckerberg, que se desculpou pelos vazamentos, não tinha dito se os seus próprios dados haviam sido comprometidos na ocasião.
Regulamentação
Zuckerberg afirmou avaliar como “inevitável que haverá a necessidade de alguma regulação” sobre o setor. Ao mesmo tempo, advertiu: “Vocês devem ser cuidadosos sobre as regulações que estabelecem”. Para ele, embora algumas regulações possam não apresentar dificuldades para grandes companhias, poderiam ser um fardo para pequenas empresas em seus estágios iniciais.
No dia anterior, Zuckerberg já tinha declarado seu apoio a uma regulação adequada. Na audiência no Senado na terça-feira, congressistas sinalizaram que pretendiam iniciar uma nova era de regulação para as grandes companhias do setor de tecnologia.