Por Célia Froufe e Eduardo Rodrigues
Brasília – A advogada da Votorantim Cimentos, Gianni Nunes, defendeu nesta quarta-feira a aprovação do negócio feito entre o Grupo Votorantim e a cimenteira portuguesa Cimpor. “É importante dizer que esta operação, do ponto de vista de Votorantim, é consistente com seu processo de internacionalização”, defendeu a advogada no plenário da sessão de julgamento do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Gianni destacou que a Votorantim vem expandindo seus negócios além do Brasil em mercados como Estados Unidos, América Latina, Europa e Ásia. “E a operação com a Cimpor vem nessa linha. A Votorantim tinha interesse de aquisição de Lafarge há muitos anos. A Votorantim cobiça a Lafarge há muitos anos, pois seria a porta de entrada para esses mercados europeus”, pontuou. Lafarge é a companhia francesa que vendeu participação na Cimpor para a Votorantim.
A advogada sustentou que o processo de negociação era antigo e que a companhia chegou a propor ao Cade um acordo de preservação de reversibilidade da operação (Apro), pois teria deixado claro que o grupo estava interessado em outros mercados. “Sabíamos que o Cade teria preocupações”, resumiu. Segundo ela, a empresa sempre “teve em mente” a possibilidade de se encontrar uma solução em que a Votorantim e a Camargo Correa se separassem em relação à Cimpor.
Gianni comentou também que o Brasil foi o único país a enxergar um problema na operação, apesar de o negócio ter sido avaliado por 13 países. “A operação como um todo trouxe benefício para o Brasil e, para a Votorantim, o que mais interessava era ter ativos internacionais”, observou. “Acredito que a operação merece ser aprovada sem quaisquer restrições.”