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Vitória inédita do Brasil desagrada país latino-americano

Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, será o primeiro brasileiro a presidir o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 nov 2022, 12h03

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) elegeu o ex-presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, para presidir a organização financeira internacional, com sede na cidade de Washington, Estados Unidos. Esta é a primeira vez que um brasileiro ocupa o cargo de presidente do BID. Apesar do feito histórico, a escolha não agradou integrantes do partido do PT e nem ao México.

As eleições para presidência do BID acontecem a cada cinco anos, mas que aconteceriam em 2025 foram adiantadas após a demissão, em setembro deste ano, do ex-presidente do BID, o norte-americano Mauricio Claver-Carone, após denúncias de assédio.

“Serei o presidente do BID em toda sua diversidade. Serei o presidente dos países de renda alta, média e baixa, o presidente dos integrantes regionais, bem como dos não regionais, o presidente da América do Sul, América Central e América do Norte. Mas, também, como disse em minha campanha, o presidente para o Caribe”, discursou Goldfajn na reunião da assembleia de governadores do BID, em Washington, após o resultado.

Ilan Goldfajn foi indicado pelo governo Jair Bolsonaro para participar da disputa e integrantes do governo de transição, como Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, tentaram adiar a eleição para a presidência do BID e até mesmo contestar a indicação de Ilan. A ideia era buscar um perfil mais alinhado com a nova gestão, e rediscutir a indicação feita pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes. Logo após a vitória de Lula nas urnas em outubro, a esperança do partido era que Lula pudesse indicar um nome em janeiro. O BID, no entanto, ignorou os pedidos, e seguiu com as eleições. E Lula preferiu não influenciar no resultado.

Os principais concorrentes do Brasil para o cargo eram a Argentina, que acabou desistindo de disputar o cargo e apoiou a indicação brasileira, e o México, que demonstrou insatisfação com a vitória de Ilan. O indicado do México era o economista de esquerda e vice-governador do Banco Central do México (Banxico), Gerardo Esquivel Hernández. “É lamentável que isso continue acontecendo, não há mudanças”, disse o presidente López Obrador em conferência matinal. Ilan foi nomeado no domingo, 20, com 80% dos votos dos sócios do BID. “Ele é um membro do grupo econômico-financeiro muito ligado ao conservadorismo e, sobretudo, à política neoliberal promovida pelo governo dos Estados Unidos. Não há esperança para os povos da América Latina e do Caribe”, disse.

O poder de voto dos países é proporcional ao total de ações de cada um. Sendo assim, o os principais contribuintes são os Estados Unidos, que tem a maior fatia (30% do capital), Brasil e Argentina (ambos com 11,4% cada).

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