Vitória do Brexit derruba bolsas em todo o mundo
Ações de bancos são as mais afetadas; resultado do referendo é 'um dos maiores choques de todos os tempos', segundo analistas
A vitória do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, abalou os mercados nesta sexta-feira, em particular as ações dos bancos, e provocou uma fuga dos investidores para os chamados ativos de refúgio.
As bolsas europeias estavam em forte baixa, mas um pouco menos intensas que as registradas no início da sessão. O Índice FTSE 100, referência da Bolsa de Londres, abriu em baixa de 8,7%. Por volta de 9h10 (horário de Brasília), o indicador caía 4,19%.
No mesmo horário, os índices Dax, da Bolsa de Frankfurt, CAC 40, de Paris, FTSE MIB, de Milão, e Ibex 35, de Madri, estavam em baixa de 7,81%, 8,77%, 10,98% e 10,81%, respectivamente. O Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em baixa de 7,92%, a mais forte desde 2011, e o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,92%.
“Os britânicos votaram (pelo Brexit), apesar das advertências da enorme maioria dos especialistas econômicos”, disse Daniel Vernazza, economista da Unicredit Research. “Não há surpresa no fato de que esta manhã os resultados do referendo provoquem ressacas nos mercados financeiros globais.”
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Os bancos eram os mais afetados pela queda generalizada. Em Londres, o Royal Bank of Scotland (RBS) perdia 18,08%, o Barclays, 18,64%, e o Lloyds Banking Group, 21,34%. Em Madri, o Santander, maior banco da zona do euro em valor de mercado, perdia 18,63% e o BBVA, 15,93%.
O Banco Central Europeu (BCE) afirmou que o sistema bancário da Eurozona é “resistente em termos de capital e liquidez”, ao mesmo tempo que se declarou disposto a aportar euros e outras divisas para ajustar as engrenagens de crédito.
“A vitória do Brexit é um dos maiores choques de todos os tempos”, afirmou Joe Rundle, diretor de operações na Bolsa da ETX Capital. “É difícil medir o alcance dos danos aos ativos, mas, no mínimo, podem ser os piores desde o Lehman Brothers”, completou, em referência ao colapso do banco de Wall Street que em 2008 precipitou a crise financeira global.
(Com AFP)