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Vitória de Lula é esperança para impulsionar economia doméstica

Após eleição, Ibovespa encerrou os últimos dias em alta com as ações de varejo e consumo protagonizando os maiores ganhos

Por Luana Zanobia Atualizado em 2 nov 2022, 14h12 - Publicado em 2 nov 2022, 14h02

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciará o mandato em janeiro de 2023, mas o mercado já começa a repercutir o efeito do seu governo nos investimentos. O petista vai comandar o país pela terceira vez e a grande expectativa agora está em torno da divulgação de sua equipe e plano econômico.

A divulgação desses nomes pode dar sinalizações dos rumos que o governo deve seguir nos próximos anos e ajudar a calibrar a expectativas. O primeiro dia pós-eleição foi de bastante volatilidade, mas o viés altista predominou o mercado com perspectivas positivas do novo governo no radar. O Ibovespa encerrou os últimos dois dias, após eleição de Lula, em alta, batendo os 116 mil pontos. Nesta quarta-feira, 2, é feriado de Finados e a bolsa não funciona. O movimento de alta foi liderado pelas empresas de consumo. “As ações ligadas ao setor de consumo, educação e construção são os destaques positivos”, diz André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP. As ações ligadas ao varejo e consumo enfrentaram um ano desafiador com a elevada taxa de juros e a inflação, que diminuíram o poder de compra e encareceram o crédito. “Tais setores podem ser beneficiados por medidas de estímulo ao crédito, pela expansão de programas de educação superior e pela volta do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, além das ações de bancos privados”, explica.

Por outro lado, as ações das estatais representam os destaques negativos. Segundo Meirelles, Petrobras e Banco do Brasil são os papéis que tendem a ser mais impactadas pela mudança política. “A queda nas ações da Petrobras, além da questão política, também pode estar sendo influenciada pela redução no preço do Brent”, afirma.  A ações da Petrobras e Banco do Brasil encerraram em queda na segunda-feira, 31, com Petrobras caindo 8,47% e Banco do Brasil 4,64%, mas voltaram a recuperar o fôlego no dia seguinte com os papéis de ambas fechando em alta.

Para Samuel Torres, consultor financeiro da fintech Onze, o mandato de Lula pode ter impactos relevantes nos investidores. O principal ponto de atenção está na questão fiscal, já que durante a campanha, Lula fez uma série de promessas que têm impacto direto nas contas públicas, como: manter o Auxílio Brasil em 600 reais, reajustar o salário mínimo acima da inflação e isentar o Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais. “Para cumpri-las, Lula terá que revogar o teto dos gastos. Se isso de fato ocorrer e não for criada uma nova âncora fiscal que restrinja os gastos do governo, a principal consequência pode ser um nível de inflação mais alto nos próximos anos e, consequentemente, taxas de juros mais altas”, afirmou Torres.

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O analista ressalta que o cenário favorece os investimentos em renda fixa e tende a prejudicar a renda variável, principalmente se as medidas do novo governo não fizerem o país retomar uma maior taxa de crescimento. Já em relação ao câmbio, com uma inflação mais alta, a tendência nesse cenário é o real se desvalorizar em relação ao dólar. “Contudo, é importante entender que para implementar tais políticas, Lula depende de aprovação no Congresso, o que tende a ser bastante complicado em decorrência da composição do Legislativo após as eleições de 2022”, finaliza Torres.

Com o cenário externo mais desafiador e o estouro no teto deixado por Jair Bolsonaro em ano eleitoral, o governo do petista não terá vida fácil. Mas, Eduardo Silva, CEO do Edanbank, projeta que se o governo conseguir utilizar seu capital político para avançar com as reformas administrativa e tributária, manter uma política fiscal austera e o seu prestígio para conquistas nas relações internacionais, o dólar deverá tender a R$ 4,50 ao final de 2023, a taxa Selic entre 10% e 11% com queda moderada na inflação e o Brasil poderá atingir um crescimento entre 2,5% e 3%.

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