Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Um novo dilema no mundo empresarial: a resistência à volta ao escritório

Com o avanço da vacinação, empresas dos EUA e da Europa planejam o retorno à normalidade, mas enfrentam uma tendência entre os funcionários

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 13h39 - Publicado em 11 jun 2021, 06h00

Voltar ou não voltar a trabalhar no escritório? Eis uma questão que movimenta o mundo empresarial agora que as infecções por Covid-19 têm diminuído e o índice de vacinação cresce na maior parte dos países. Nos Estados Unidos, o Google anunciou que até setembro vai desmobilizar o sistema de teletrabalho e adotar um modelo considerado híbrido. O que parecia ser um retorno ao velho normal — ou seja, à sede da empresa — ganhou ares de resistência, com alguns funcionários se recusando a encarar a antiga rotina. Em casos extremos, há quem prefira a demissão. O movimento é observado em diversos países e põe em xeque a intransigência de empresas que exigem dos profissionais que trabalhem como antes.

A Alphabet, controladora do Google, encerrou o primeiro trimestre com 140 000 funcionários diretos. O CEO Sundar Pichai explicou em comunicado interno como pretende conduzir a transição para um modelo híbrido. Ele espera que cerca de 60% da equipe trabalhe no escritório “alguns dias por semana”. Outros 20% poderão se mudar para instalações da empresa mais perto de suas casas. A quinta parte restante poderá se candidatar a trabalhar em casa em tempo integral.

Uma pesquisa realizada recentemente pela consultoria Morning Consult confirma a tendência entre os americanos: 87% dos entrevistados que adotaram o teletrabalho durante a pandemia desejam continuar no regime pelo menos uma vez por semana. Alguns executivos, no entanto, não querem nem ouvir falar em propostas desse tipo e permanecem fiéis aos velhos modelos. David Solomon, CEO da Goldman Sachs, chamou o home office de “aberração que vamos corrigir o mais rápido possível”, embora o banco tenha registrado 7 bilhões de dólares em lucros no primeiro trimestre de 2021.

GOOGLE - Flexível: permissão para trabalhar em casa alguns dias por semana -
GOOGLE - Flexível: permissão para trabalhar em casa alguns dias por semana – (Kyodo News/Getty Images)

No Brasil, uma pesquisa feita em março pela Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com a EM Lyon Business School e a consultoria Grant Thornton mostra que o modelo híbrido adotado por um número de empresas tem se revelado como a melhor solução. A percepção geral é de que a produtividade no home office aumentou, embora as preocupações com a carga de trabalho, a deterioração das relações pessoais e a perda do convívio ainda tenham peso grande.

Continua após a publicidade

Diversas razões explicam o desejo dos profissionais de continuar em casa. A primeira delas é o maior convívio familiar. Quem, afinal, não gosta de almoçar com os filhos em pleno dia útil? Outro motivo destacado nas pesquisas é a possibilidade de ficar livre do trânsito infernal das grandes cidades. Para as empresas, o que interessa mesmo é outro aspecto: no lar, por mais surpreendente que possa parecer, as pessoas são mais produtivas.

arte Home Office

O estudo da Dom Cabral indica isso: 58% dos pesquisados acreditam que sua produtividade aumentou e encaram o trabalho remoto como uma vantagem. Na edição anterior da pesquisa, em 2020, o índice ficou em 44%. “Os funcionários que podem trabalhar de casa descobriram novos princípios e valores para a vida deles”, diz Fabian Salum, um dos autores da pesquisa. “Como consequência, muitos deles estão ansiosos, aflitos e curiosos para saber se essa condição se manterá depois que a taxa de vacinação no país atingir o patamar de 70%, quando será possível flexibilizar as regras de distanciamento social.”

Continua após a publicidade

A pesquisa da FDC mostra ainda que a maior parte dos funcionários concordou com a conversão para o teletrabalho durante a pandemia. Por experiência própria, em conselhos de empresas ou em sala de aula, Salum diz que há organizações que são contrárias ao home office e empresas que são favoráveis ao regime. Quando houver uma flexibilização das regras sanitárias, como ocorre nos EUA e na Europa, será necessário abrir um diálogo. “A minha aposta é que vingarão os modelos híbridos, mais flexíveis e adequados tanto às empresas quanto aos profissionais”, conclui ele. Seja como for, ao que tudo indica o mundo do trabalho mudou para sempre.

Publicado em VEJA de 16 de junho de 2021, edição nº 2742

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.