ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Profissional autônomo ganha 24% a menos que a média do país

Dados do IBGE mostram que hoje há 1,4 milhão de ambulantes trabalhando no país, a maioria deles no setor de comércio e alimentação

Por Patrícia Basilio Atualizado em 22 ago 2018, 16h25 - Publicado em 22 ago 2018, 08h25

Trabalhadores que atuam por conta própria ganham 24,4% a menos que a média do país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Profissionais autônomos receberam, em média, 1.610 reais no segundo trimestre deste ano, enquanto a média salarial no Brasil foi de 2.128 reais no mesmo período.

Além do achatamento salarial, o número de brasileiros sem carteira assinada no segundo trimestre tem aumentado de forma contínua nos últimos seis anos — a alta foi de 13,4% do segundo trimestre de 2012 na comparação com o mesmo período de 2018.

O coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, explica que, em quatro anos, 4 milhões de postos com carteira assinada foram perdidos no Brasil, o que justifica o aumento linear de trabalho por conta própria. “A informalidade é retrato de um reajuste da economia do país”, diz.

Neste cenário de desarranjo, há profissionais autônomos prestadores de serviços e também os informais que não têm empresa aberta, mas fazem “bicos” para gerar renda.

Dados exclusivos divulgados a VEJA mostram que há hoje 1,4 milhão de ambulantes trabalhando no país, a maioria deles no setor de comércio e alimentação.

Continua após a publicidade

Segundo o IBGE, 80% desses profissionais por conta própria — que incluem os ambulantes — não têm CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) e a maioria nem sequer contribui com a Previdência.

“A informalidade é ruim pela falta de proteção social e financeira. O profissional tem de quebrar pedras a cada dia, e se fica sem trabalho, não gera renda e não pode investir. Freia a economia e desestabiliza ainda mais o país”, afirma Azeredo.

Continua após a publicidade

Para se ter uma ideia, a quantidade de brasileiros que atuam na informalidade representa quase um quarto de todos os trabalhadores do país, segundo o IBGE. No segundo trimestre de 2018, 23 milhões profissionais atuavam nessas condições, de um total de 91 milhões trabalhadores.

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, principais centros econômicos do país, por sua vez, registraram o menor nível de carteira assinada do país, com 9,9 milhões e 2,8 milhões de trabalhadores por conta própria, respectivamente.

André Roncaglia, economista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), reforça que a quantidade de profissionais informais no país não demonstra o potencial de empreendedorismo da economia. Pelo contrário, destaca o quanto o país tem dificuldade para absorver sua mão de obra.

Continua após a publicidade

“Com um volume tão grande de informais no mercado, a desigualdade social e o desequilíbrio de renda tendem a aumentar, reduzindo a produtividade do país. Em um cenário de vacas magras, as empresas cortam custos, e a folha de pagamento é sempre uma das mais afetadas”, analisa Roncaglia, sócio-fundador da consultoria Stokos Economic Research.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.