DAVOS, 25 Jan (Reuters) – A gigante francesa petrolífera Total parou de comprar petróleo do Irã, em linha com as sanções da União Europeia contra o produtor do Golfo, mas não espera que isso tenha muito efeito sobre as vendas do Irã ou sobre o mercado de petróleo em geral.
O presidente-executivo da empresa, Christophe de Margerie, disse nesta quarta-feira que há dúvidas sobre se as sanções teriam qualquer impacto.
“Acho que o óleo (iraniano) vai para outro lugar … O Irã pode dar um desconto para tornar mais fácil e mais rápido, mas nada vai mudar”, disse ele à Reuters no Fórum Econômico Mundial em Davos.
“Nós já paramos(compra do Irã)”, disse ele, acrescentando que a empresa comprava cerca de 80 mil barris por dia do país.
A República Islâmica, que nega as suspeitas ocidentais de que está tentando construir uma bomba nuclear, tem ignorado dos esforços para sufocar suas exportações de petróleo.
De Margerie afirmou que o mercado de petróleo concluiu que as sanções europeias teriam pouco impacto real.
“Hoje eles (Irã) exportam 2,2 milhões de barris por dia, e1,5 milhão de barris de petróleo vão para a Ásia. Os restantes 700 mil barris vão para a OCDE. Assim, o Irã pode dar um desconto para tornar mais fácil e mais rápido (para redirecionar este óleo) e nada vai mudar. Olhe para o preço do petróleo”, disse ele.
“Mesmo que deixemos de comprar petróleo iraniano, por algum motivo, os sauditas têm capacidade suficiente para atender a lacuna. Acredito nessa capacidade de reposição, o mercado acredita. É por isso que o preço do petróleo é plana e isso é uma boa notícia”.
(Reportagem de Dmitry Zhdannikov)
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