Tesouro capta US$ 2,25 bi com emissão de títulos da dívida no exterior
Última emissão internacional havia sido em 2021; equipe econômica afirma que valores demonstram 'apetite' de estrangeiros por ativos brasileiros
O Tesouro Nacional captou 2,25 bilhões de dólares com a emissão de títulos da dívida externa no mercado internacional na quarta-feira, 5.
Os títulos emitidos têm vencimento em 10 anos – ou seja, a partir de 2033. A taxa de retorno para o investidor internacional será de 6,15% ao ano.A última emissão de títulos da dívida externa ocorreu em junho de 2021. Na época, o Tesouro também captou 2,5 bilhões de reais, com a emissão de papeis com vencimento em 2031 e em 2050.
No maior nível para papéis de dez anos desde novembro de 2006, os juros obtidos nesta quarta-feira decorreram principalmente da alta recente nas taxas básicas dos Estados Unidos, que sobem desde 2022. Como a taxa final depende do rendimento dos títulos norte-americanos, considerados os investimentos mais seguros do mundo, mais um prêmio de risco, os juros para os papéis brasileiros também subiram.
Segundo o Tesouro, o objetivo da operação é dar continuidade à estratégia “de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira” e afirmou que a operação “demonstra o grande apetite do investidor estrangeiro por ativos brasileiros”.
No Plano de Financiamento de 2023, documento divulgado em janeiro para indicar os rumos adotados na condução da Dívida Pública Federal (DPF), havia antecipado a intenção de emitir títulos da dívida externa neste ano.
A dívida pública é emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e outros tributos.