Taxa do rotativo do cartão é a mais alta em seis anos
Governo discute com bancos soluções para reduzir os juros da modalidade de crédito; empréstimos disparam em março
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito atingiu o maior valor desde 2017, mostram os dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira, 26. A taxa saltou dos 417,4% em fevereiro para 430,5% em março. O aumento é de 71,4 pontos porcentuais em 12 meses.
O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, tem taxas de juros bem elevadas e é um dos maiores pontos de inadimplência.
A elevação da taxa preocupa o governo, que vem negociando com os bancos alternativas para diminuir o juro do rotativo. Na semana passada, após um encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com a Febraban e CEOs de bancos brasileiros, ficou acordado que as instituições entregarão estudos sobre as causas das altas taxas do rotativo e discutirão soluções para a diminuição das taxas e também da inadimplência para esta linha de crédito.
Não é só a alta no consignado que preocupa: as taxas bancárias médias, isto é, de todas as linhas de crédito, subiram. No crédito livre, as taxas ficaram em 44,3%, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior. Nos recursos direcionados, houve alta de 1,1 ponto no mês, a 12,1%.
Aumento de empréstimos
Apesar dos juros preocuparem, os empréstimos dispararam em março. Segundo o BC, o avanço nas concessões de crédito foram de 24,2% na comparação com fevereiro. Assim, o estoque total de crédito subiu 0,7% no período, a 5,361 trilhões de reais.
No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, tiveram alta de 22,8% em relação ao mês anterior. Para as operações com recursos direcionados, houve avanço de 38,6% no período.