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Tarcísio responde a Lula sobre zerar ICMS de alimentos: ‘Ajustamos contas para baixar impostos’

Cada vez mais apontado como candidato à Presidência em 2026, Tarcísio diz que apenas ajuste fiscal permitirá que Lula baixe os impostos dos alimentos

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 mar 2025, 14h20 - Publicado em 10 mar 2025, 09h07

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, respondeu ao apelo do governo Lula para que os estados zerem o ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos alimentos, a fim de reduzir os preços e controlar a inflação de itens essenciais no dia a dia dos brasileiros. “Isso já está acontecendo aqui em São Paulo e não é de hoje. Já vem de muito tempo”, afirmou Tarcísio em um vídeo publicado neste domingo 9, em sua conta na rede social Instagram.

“A gente sabe onde o calo está apertando. A gente sabe o que tem que fazer para que a comida chegue mais barata no prato”, prosseguiu o governador paulista. “É por isso que o tempo todo, a gente fez o dever de casa. Ajustamos a conta para poder reduzir os impostos, e reduzimos os impostos em cima da cesta básica.”

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Visto como um candidato cada vez mais competitivo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do ano que vem, a resposta de Tarcísio foi uma cutucada no calcanhar de Aquiles de Lula, que reluta em promover um forte ajuste de gastos para conter a disparada da dívida pública que, por sua vez, afugenta investidores, pressiona o câmbio e a inflação e termina com o Banco Central elevando a taxa básica de juros, a Selic, para tentar ordenar a economia.

O impacto do descontrole fiscal do terceiro mandato de Lula foi o principal tema explorado pelo governador paulista no vídeo de ontem. “O índice de preços ao produtor subiu. Isso por causa do câmbio, reflexo da falta de um ajuste fiscal”, continuou. Tarcísio também alfinetou outra medida anunciada pelo governo na semana passada: a zeragem do Imposto de Importação sobre alguns gêneros alimentícios, como carnes, milho, café e massas industrializadas.

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“É importante não só baixar o Imposto de Importação, mas fazer o dever de casa para que o consumidor não pague a conta e para que a comida fique mais barata no prato”, concluiu o governador.

A disparada da inflação dos alimentos é apontada como uma das principais causas da recente implosão da popularidade de Lula. Pressionado pela aprovação minguante e de olho na corrida presidencial de 2026, ele mobilizou todo o governo em busca de soluções.

Na última quinta-feira, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, coordenou uma reunião com cerca de 30 representantes de empresas e associações do setor agropecuário e de alimentos. Em seguida, anunciou uma série de medidas, como a isenção do Imposto de Importação para os alimentos que mais pesam no custo de vida, um acordo com as empresas e supermercados para que intensifiquem a publicidade de promoções e preços baixos e a validade das inspeções sanitárias municipais para todo o país, a fim de que empresas locais possam “exportar” seus produtos para grandes centros consumidores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, aumentando assim a oferta de alimentos.

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O ponto que mais incomoda os governadores é a pressão do Palácio do Planalto para que zerem o ICMS sobre os alimentos da cesta básica. Segundo o que circula na imprensa desde o anúncio das medidas, a avaliação dos estados é que Lula e Alckmin deveriam consultá-los previamente, antes de tentar emparedá-los com o apelo público.

Além disso, há o temor de que o caso repita um episódio ocorrido em 2022, durante a presidência de Jair Bolsonaro, quando o Congresso aprovou, à revelia dos governadores, a isenção do ICMS sobre os combustíveis para baixar a inflação e fortalecer Bolsonaro na disputa pela reeleição, causando perdas bilionárias de arrecadação.

Na sexta-feira 7, durante um evento com pequenos produtores rurais em Minas Gerais, Lula subiu o tom e afirmou que pode tomar “atitudes mais drásticas”, caso as anunciadas pelo governo não sejam suficientes para baixar o preço da alimentação. “A gente não quer brigar com ninguém. Mas, se não encontrar solução pacífica, vamos ter de tomar atitudes mais drásticas”, afirmou.

Além de Tarcísio, outros governadores da oposição ironizaram o pedido de Brasília, como Ratinho Jr. (PR) e Eduardo Leite (RS). O paranaense publicou um vídeo em suas redes sociais, em que questiona a lentidão do Palácio do Planalto em zerar o imposto. “Só agora? No Paraná, tem cesta básica sem impostos há muito tempo.” Já Leite afirmou que, no Rio Grande do Sul, as famílias que “mais precisam” já contam com isenção de impostos sobre a cesta básica, por meio de um cartão que restitui os impostos pagos (cashback).

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