‘Super-quarta’ de inflação guia semana nas bolsas
Abertura de mercado: Brasil e Estados Unidos divulgam seus dados oficiais de inflação, números cruciais para o futuro das ttaxas de juros nos países

Nesta semana, investidores terão uma espécie de super-quarta no calendário. É que, no meio da semana, Brasil e Estados Unidos divulgam seus dados oficiais de inflação, o dado crucial para a decisão sobre o futuro das taxas de juros nos países.
Nos Estados Unidos, a expectativa é de que os preços continuem a desacelerar lentamente dos atuais 3,2% ao ano registrados em fevereiro. Foco no lentamente, o fator que fez o mercado financeiro virar da aposta de três para dois cortes de juros neste ano, de acordo com a ferramenta Fed Watch. Dados sólidos do mercado de trabalho, divulgados na semana passada, endossam a aposta.
No Brasil, a divulgação do IPCA também será chave para a Faria Lima tentar antecipar os próximos movimentos do Copom, agora que o BC deixou apenas mais um corte de 0,50 p.p. na Selic contratado. O comitê decidiu deixar a porta aberta para mudar o ritmo de corte de juros justamente por medo de que a inflação no país volte a subir.
O foco principal da cautela ainda é a inflação de serviços, mas começa a entrar no radar um risco de reajuste nos combustíveis. A estimativa é que a gasolina esteja com uma defasagem de 17% em relação ao mercado internacional, isso após a subida do petróleo para a casa da US$ 90 o barril e a desvalorização do real, que está ao redor dos R$ 5,05. Envolta em uma crise política, que pode levar à troca do presidente, a Petrobras ainda não anunciou reajustes.
Nesta segunda, os papéis da estatal em NY avançam 0,65%, enquanto a Vale sobe mais de 1%. Não há referência para o EWZ nesta manhã.
O viés positivo das companhias brasileiras contrasta com o vermelho dos futuros americanos, que também ignoram a alegria europeia. Na Alemanha, a produção industrial se expandiu em 2,4% em fevereiro ante janeiro, bem acima das projeções do mercado. Na comparação com um ano antes, ainda há queda. As ações avançam.
No velho continente, a agenda mais importante vem na quinta-feira, quando o Banco Central Europeu se reúne para decidir a taxa de juros. A expectativa é de manutenção – com primeiro corte em junho. Isso porque reviravoltas não são bem vistas; do contrário, as apostas seriam de que o BCE já poderia reduzir as taxas nesta semana. O foco, então, estará no comunicado e na entrevista que a presidente do BC de lá, Christine Lagarde, dará a imprensa logo após o encontro.