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Sindicatos pedem que governo impeça acordo de Embraer com Boeing

O governo resistiu à venda direta da fabricante brasileira à americana devido a preocupações com a perda do controle soberano sobre programas de defesa

Por Reuters Atualizado em 2 abr 2018, 22h12 - Publicado em 2 abr 2018, 20h46

Líderes sindicais acusaram nesta segunda-feira o governo de negociar uma combinação entre a fabricante brasileira de aeronaves Embraer e a americana Boeing pelas costas dos brasileiros, ressaltando as tensões políticas que pesam sobre as negociações.

“Estamos sendo deixados no escuro. Ninguém está nos explicando por que isso é bom para o Brasil”, disse Herbert Claros da Silva, vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, em uma audiência no Senado. “Pedimos ao presidente Temer que não venda a Embraer.”

Autoridades do governo e executivos da Embraer foram convidados, mas não compareceram à audiência convocada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) para discutir as conversas entre Boeing e Embraer a respeito de uma potencial parceria sobre a qual o governo tem poder de veto.

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Nenhum outro senador compareceu à audiência do comitê de direitos humanos do Senado, embora a associação entre Boeing e Embraer tenha atraído críticas de políticos que poderiam complicar um acordo com a aproximação das eleições de outubro.

A Embraer e a Boeing se recusaram a comentar a audiência. Um porta-voz do Ministério da Defesa, que liderou um grupo de trabalho do governo que vetou o acordo, disse que a audiência é sobre empregos, e não sobre defesa.

O governo brasileiro, que privatizou a Embraer nas últimas décadas, mas ainda detém uma golden share decisiva, resistiu à venda direta da Embraer à Boeing devido a preocupações com a perda do controle soberano sobre seus programas de defesa.

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As duas empresas estariam buscando a aprovação do governo para um acordo de compromisso que envolveria o investimento da Boeing em uma terceira empresa recém-criada, incluindo a divisão de aeronaves comerciais da Embraer, mas excluindo sua unidade de defesa.

A proposta de combinação da Boeing com a Embraer, terceira maior fabricante de aviões do mundo, daria a elas uma liderança no mercado de aeronaves com 70 a 130 assentos e criaria uma competição mais dura para o programa CSeries projetado pela canadense Bombardier e apoiado pela europeia Airbus no ano passado.

Líder do sindicato, Silva reconheceu na audiência de segunda-feira que uma união inicial seria um benefício para a Embraer, já que a Boeing ajudaria a comercializar seus jatos de menor alcance em todo o mundo.

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Mas ele disse que muitos dos 14.000 trabalhadores das fábricas da Embraer em São José dos Campos, metade dos quais são sindicalizados, estavam preocupados com seus empregos daqui a uma década se terminassem trabalhando para uma empresa com sede nos EUA.

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