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‘Sinais de exaustão’: o que aconteceu com os Serviços no PIB, segundo analistas

O maior setor da economia andou de lado no terceiro trimestre deste ano, segundo dados do IBGE

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 dez 2025, 12h11 - Publicado em 4 dez 2025, 11h26
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O PIB do terceiro trimestre confirmou a mudança de ritmo da economia. O número veio praticamente estável, com alta de 0,1% em relação ao trimestre anterior. No maior setor da economia, os serviços, o movimento foi o mesmo no período: avanço de 0,1% na margem e uma perda de fôlego que já aparecia nos indicadores antecedentes. Indústria e agro tiveram resultados melhores. De um trimestre a outro a desaceleração no setor ficou clara: de 0,3% para 0,1% de avanço.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, os serviços ainda crescem 1,3%, mas o impulso é menor do que o visto no primeiro semestre. Os dados do IBGE mostram que Informação e comunicação, transporte e atividades imobiliárias seguraram o setor. Do outro lado, atividades financeiras recuaram e os serviços mais ligados às famílias seguem sensíveis ao crédito mais caro e ao mercado de trabalho menos acelerado.

Para o economista-chefe da Lev Asset Management, Jason Vieira, o trimestre mostra uma desaceleração “controlada, não recessiva”. Ele diz que o setor de serviços, que sustentou a economia no pós-pandemia, agora perde força de maneira clara, e essa mudança afeta tanto a inflação quanto a renda. “O setor de serviços desacelera de forma clara, e isso tem impacto direto sobre a inflação de serviços e massa salarial”, afirma.

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A leitura é reforçada por Rafael Costa, fundador da Cash Wise Investimentos. Ele observa que o setor de serviços representa cerca de 70% do PIB e foi o principal motor da recuperação depois da pandemia, mas perdeu capacidade de avançar com a Selic em níveis elevados. “Desde que a gente teve o aumento da Selic, nesses patamares que nós estamos aí de 15%, lembrando que o Brasil está com um dos maiores juros real do mundo, isso vai parando toda a área de consumo e também a área de serviço”, diz.

Segundo ele, o setor mostra sinais de exaustão. “Aqui a gente está vendo, praticamente, o setor de serviço entra em exaustão, ou seja, não consegue mais crescer, porque não há demanda disso por parte da população. E novamente, é 70% do PIB.” Para Costa, esse peso explica por que o PIB veio mais fraco do que o esperado. “Sendo 70% do PIB, a gente vê o PIB estagnando, não é à toa que, nesse terceiro trimestre, veio abaixo das expectativas.”

Impacto na inflação

Eduardo Amorim, especialista em investimentos da Manchester Investimentos, também vê o trimestre como um ponto claro de desaceleração dos serviços, em um movimento coerente com um ambiente ainda marcado por juros elevados, crédito caro e menor disposição das famílias para consumir.

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O especialista destaca que vários segmentos  do setor de serviços continuam positivos, como transporte, informação, comércio e atividades imobiliárias, puxados pelo escoamento da produção mineral e agropecuária. Mas o conjunto ainda é fraco o suficiente para atingir o mercado de trabalho. Segundo ele, uma atividade de serviços crescendo pouco tende a gerar “criação de vagas mais lenta e menor pressão por reajustes”, o que leva a uma moderação da massa salarial. Isso afeta diretamente a dinâmica inflacionária.

“Como a inflação de serviços é muito sensível à renda das famílias, essa combinação de atividade mais fraca e massa salarial avançando em ritmo mais contido aponta para um quadro um pouco mais favorável para a inflação de serviços à frente”, afirma. A desaceleração dos Serviços ajuda o IPCA a se manter dentro do intervalo da meta, mas, segundo Vieira: “próximo ao topo.”

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