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Sergio Marchionne, diretor da Fiat-Chrysler, morre aos 66 anos

Empresário italiano, que entrou para a história como o homem que salvou a montadora, sofreu complicações médicas após uma cirurgia no ombro

Por Da redação
Atualizado em 25 jul 2018, 08h05 - Publicado em 25 jul 2018, 07h48

O empresário ítalo-canadense Sergio Marchionne que dirigiu a Fiat-Chrysler (FCA) por 14 anos, morreu nesta quarta-feira, 25, aos 66 anos. O Exor, grupo empresarial da família Agnelli, confirmou a informação. Na segunda-feira, a empresa havia anunciado seu afastamento em consequência de uma complicação após cirurgia no ombro, inicialmente considerada simples. Seu estado agravou-se em um hospital de Zurique, na Suíça, e chegou a ser declarado como “crítico”. 

John Elkann, neto de Gianni Agnelli, discípulo de Marchionne e diretor presidente do fundo Exor, holding familiar que detém 30% da Fiat e 23% da Ferrari, assumirá a marca de automóveis esportivos de luxo.

Marchione dirigiu pela primeira vez um automóvel em 1968, aos 16 anos. Era um Fiat 124 branco, quatro portas, com meros 70 cavalos, linhas retas e faróis arredondados. Quase uma década e meia atrás, ao entrar pela primeira vez na Fiat, Marchionne fez um diagnóstico nada lisonjeiro sobre a companhia: “Esse lugar cheira a morte.” Na época, o grupo somava dívidas de US$ 14 bilhões, após um prejuízo global de US$ 1,6 bilhão no ano anterior. A italiana era, então, considerada uma empresa moribunda. 

A recuperação começou com a renegociação de dívidas e um choque de gestão. Mesmo seus colaboradores mais próximos eram observados e, eventualmente, defenestrados pelo chefe. Foi o que aconteceu com o todo-poderoso presidente da Ferrari Luca de Montezemolo, demitido em 2014 apesar de ter projetado a marca internacional da fabricante de automóveis de luxo e construído uma escuderia vencedora na Fórmula 1, em parte graças ao piloto Michael Schumacher.

Ao longo dos anos de poder, Marchionne superou as resistências, renegociou contratos trabalhistas, fechou fábricas e conseguiu cortes de dívidas e acordos inesperados para a injeção de recursos no caixa da empresa.

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Em 2009, quando a Fiat ainda era considerada uma empresa em crise, e o setor automotivo enfrentava a turbulência financeira internacional, o empresário surpreendeu o mundo com a aquisição da Chrysler – e sem pagar nada por ela.

Orgulho industrial italiano, a Fiat passou a ser negociada nas bolsas de valores de Wall Street e de Milão. Comandado a partir de Detroit, nos Estados Unidos, e de Turin, na Itália, o novo grupo ganhou espaço e hoje vale mais de 60 bilhões de euros, dez vezes mais do que em 2004, em boa parte por causa da Jeep.

(com Estadão Conteúdo)

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