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Senado aprova texto-base que cria nova taxa de juros do BNDES

O projeto segue agora para sanção da Presidência da República, e a nova taxa entrará em vigor em 1º de janeiro de 2018

Por Da Redação
5 set 2017, 20h02

O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, por 36 votos a 14, o texto-base do relatório da Medida Provisória 777, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para substituir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nos financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto segue agora para sanção da Presidência da República. A nova taxa entrará em vigor em 1º de janeiro de 2018.

Desde a edição da MP, a equipe econômica frisou que a taxa é um dos principais projetos do governo dentro do ajuste fiscal, na medida em que reduz os subsídios implícitos custeados pelo Tesouro Nacional nos empréstimos do banco de fomento. Diretores do Banco Central e secretários do Ministério da Fazenda acompanharam a votação no plenário.

Atualmente, o BNDES empresta a uma taxa de juros (TJLP, hoje em 7% ao ano) menor do que o custo de captação do governo federal no mercado por meio da emissão de títulos públicos (Selic, hoje em 9,25% ao ano). No passado, o diferencial de juros já foi muito maior, gerando uma conta bilionária aos cofres públicos. Em 2016, por exemplo, esse custo foi de 29 bilhões de reais – este ano deve chegar a 15 bilhões de reais.

Com a adoção da TLP, a expectativa é de que a conta seja zerada em até cinco anos, na medida em que a nova taxa, que começará valendo o mesmo que a TJLP, convirja para um valor de mercado baseado na inflação e nos títulos do próprio Tesouro.

A nova taxa será calculada mensalmente pelo Banco Central a partir da variação do IPCA e da taxa de juros prefixada das NTN-Bs de cinco anos, que refletem o custo de captação do Tesouro. Já a TJLP atualmente é definida trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com base na meta de inflação e no prêmio de risco do país.

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O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB/RR), disse que hoje a TJLP é decidida sem parâmetro algum pelo CMN. “Uma taxa definida assim não tem nenhuma previsibilidade e, portanto, o mercado não consegue fazer hedge com ela. Já a TLP dará essa capacidade ao setor produtivo”, afirmou Jucá. “A TLP é um avanço na forma de financiar o setor produtivo nacional”, completou.

Apesar da aprovação, a medida enfrentou resistências da oposição e até mesmo de senadores da base do governo, como José Serra (PSDB-SP), que defendeu a manutenção da TJLP pelo menos nos financiamentos concedidos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

“Se eu aumentar a TJLP eu vou me confrontar com uma demanda menor de investimentos. A TLP irá golpear a taxa de investimentos do Brasil, que é nossa maior angústia”, atacou Serra.

(Com Estadão Conteúdo)

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