‘Se precisar reagir, o BC vai reagir’, diz Gabriel Galípolo
Favorito para suceder Campos Neto na presidência do BC, o diretor reafirmou a missão da autoridade monetária e não descartou aumento de juros

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Banco Central vai reagir, se for necessário, para cumprir a meta fiscal. A declaração foi dada nesta terça-feira em um evento da corretora Warren Investimentos.
Galípolo, favorito para assumir a presidência do BC após o fim do mandato de Campos Neto, afirmou que, além dos riscos fiscais previamente identificados, novos fatores como a volatilidade na taxa de câmbio, o aumento das taxas de juros de longo prazo e um mercado de trabalho robusto exigiram uma revisão na abordagem do Banco Central.
“Se as coisas piorarem o BC vai reagir? Sim, com certeza. E se as coisas melhorarem, o BC vai reagir? Também. Deixar a questão em aberto que é o que o BC fez agora na comunicação já é uma linha que determina isto”, disse.
Durante o evento, o diretor do BC mostrou um discurso afinado com a liderança do Banco Central, o que comprova a convicção dos votos na última reunião do Copom — apesar das pressões políticas após a decisão. Há uma tensão no mercado sobre a condução do BC a partir de janeiro de 2025, com a saída de Campos Neto e a entrada de um indicado de Lula na cadeira.
O diretor reforçou que a missão do BC é cumpir a meta e enfatizou a responsabilidade da instituição em não utilizar o contexto fiscal como uma “muleta ou desculpa” para desviar-se de sua principal tarefa. “O Banco Central não pode se furtar a sua missão que é perseguir a meta de inflação e pra isso a ferramenta utilizada é o manejo da taxa de juros e ela vai ser manejada pra estância que é necessária para o BC perseguir a meta”, pontuou.
Questionado sobre as variáveis externas sobre a inflação, Galípolo afirmou que o Banco Central possui as ferramentas necessárias para “perseguir e atingir a meta” de inflação estipulada. “Meta de inflação não se discute, meta de inflação se cumpre”, declarou, reiterando a postura firme do Banco Central diante a possibilidade de desencoragem das expectativas de inflação.