São Paulo lidera ranking de competitividade dos Estados
Apesar da crise financeira, alguns estados evoluíram com o aperfeiçoamento da gestão, mostra iniciativa do Centro de Liderança Pública
A grave recessão da economia brasileira e a crise financeira enfrentada por muitos estados em 2015 não impediram que governadores se esforçassem para melhorar os serviços prestados à população e o ambiente de negócios para as empresas. Essa é uma das mensagens da nova edição do ranking de competitividade dos estados, organizado anualmente pelo Centro de Liderança Pública, com apoio técnico e elaboração da consultoria Tendências e da Economist Intelligence Unit, a divisão de pesquisas e análises do mesmo grupo que edita a revista britânica The Economist.
O estado de São Paulo foi o melhor colocado entre as 27 unidades da federação, seguido pelo Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal. Esses quatro estados mantiveram as posições de destaque da última edição, em 2015. Mas Mato Grosso do Sul avançou quatro posições de um ano para cá e se tornou o quinto estado mais competitivo do país. O estado subiu nove colocações em infraestrutura (passou do 16º para o 7º lugar) e cinco em capital humano (de 12º para 7º). O Mato Grosso do Sul se beneficiou também do ano positivo para o agronegócio, com o aumento das exportações e da renda originada no campo, diferentemente de estados que dependem mais da atividade industrial (que sofreu forte retração). Quem se destacou também foi o Amapá, que no ranking geral foi quem mais avançou desde 2015: subiu de 25º para 16º lugar.
Muitos estados estão em situação financeira delicada por causa do desequilíbrio das finanças públicas: as despesas sobem fortemente com o pagamento de funcionários na ativa e de aposentados, enquanto a receita está em queda por causa da recessão. Há inúmeros casos de atrasos no pagamento ao funcionalismo e a fornecedores em áreas essenciais como saúde e educação. Governadores – em especial das regiões Nordeste e Norte – pressionam o governo em busca de novas verbas, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já disse que a União não tem condições de ajudar dessa forma.
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O ranking faz a análise de 65 indicadores divididos em dez pilares considerados fundamentais: potencial de mercado, capital humano, infraestrutura, educação, sustentabilidade social, segurança pública, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, inovação e sustentabilidade ambiental. Em cada indicador, os estados são ordenados daquele com melhor desempenho (que recebe a nota 100) até o que se sai pior na comparação (nota zero). O levantamento faz uma comparação internacional com países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para que mesmos os estados que ocupam as melhores posições tenham uma espécie de “norte” e se esforcem em evoluir.
O ranking permite que gestores públicos tenham referências claras sobre como melhorar a sua administração e em quais aspectos; para a população, é uma ferramenta objetiva de análise dos governadores; para as empresas privadas, é um instrumento para que possam avaliar o potencial econômico de cada mercado, com seus pontos fortes e suas deficiências.
São Paulo manteve a liderança geral dos últimos anos e destacou-se ainda como o estado com o melhor desempenho em quatro dos dez pilares: infraestrutura, educação, inovação e potencial de mercado. O Paraná liderou no critério da segurança pública, enquanto Santa Catarina se destacou na frente dos demais em sustentabilidade social. Nos demais pilares, o Espírito Santo ganhou em eficiência da máquina pública; Roraima foi o melhor em solidez fiscal; o Rio de Janeiro liderou em capital humano; e o Distrito Federal foi o destaque em sustentabilidade ambiental.