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Retração do varejo mostra desaceleração ‘bem lenta’ da economia, dizem analistas

Vendas caíram 0,4% no mês, mas cresceram 4,7% em relação ao mesmo período de 2023

Por Camila Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 jan 2025, 12h03 - Publicado em 9 jan 2025, 11h40

Nem mesmo a Black Friday, que consolida uma tradicional agenda de promoções antes das festas de fim de ano, foi capaz de impulsionar o varejo para o campo positivo em novembro. As vendas do comércio varejista brasileiro caíram 0,4% no mês, revertendo o crescimento de 0,4% registrado em outubro, informou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada nesta manhã pelo IBGE. O desempenho foi pior do que o esperado por analistas, que projetavam alta de 0,1%. Apesar da queda, o número representa uma expansão de 4,7% em relação ao resultado de novembro de 2023.

Já o varejo ampliado que inclui os setores como veículos, peças e materiais de construção  registrou uma queda mais expressiva, de 1,8%. Ainda assim, o número corresponde a um crescimento de 2,1% frente a novembro de 2023. Para economistas, o quadro mostra que a atividade econômica brasileira tem diminuído a passos ainda tímidos. “O setor de comércio segue próximo de seus níveis recordes”, lembra Igor Cadilhac, economista do PicPay. “Esses resultados evidenciam uma desaceleração em ritmo bem lento, com o desempenho permanecendo bem positivo na comparação anual”, diz.

Para 2025, no entanto, a perspectiva é de desaceleração mais acentuada da economia, puxada sobretudo pela queda do ritmo de crescimento mundial e pela manutenção dos juros em patamares elevados no Brasil. Em dezembro, o Banco Central informou que espera promover mais dois aumentos de 1 ponto percentual na taxa Selic, o que deve levá-la a 14,25% ainda em março. Segundo o relatório Focus, o mercado financeiro tem projetado um cenário de Selic a 15% ao fim do ano.

Apesar desse cenário desafiador, espera-se que a retração seja moderada. Alguns fatores devem ajudar a sustentar o consumo das famílias, como o mercado de trabalho aquecido, o aumento da massa salarial e o crédito ao consumidor. Esses elementos podem compensar parcialmente o impacto negativo de uma inflação mais alta e do efeito prolongado das taxas de juros em níveis elevados. “Para 2025, nossa expectativa é que o PIB avance 2%, abaixo dos 3,5% que esperamos para 2024”, escreve Heliezer Jacob, economista do C6 Bank.

Alguns fatores, no entanto, podem ajudar a sustentar o consumo das famílias este ano: o mercado de trabalho aquecido, o aumento da massa salarial e a expansão do crédito ao consumidor. “Esses elementos podem compensar parcialmente o impacto negativo de uma inflação mais alta e do efeito prolongado das taxas de juros em níveis elevados”, diz Cadilhac, do PicPay. No trimestre encerrado novembro, a taxa de desemprego caiu para 6,1%, menor índice de desocupação desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. Já o rendimento médio real dos trabalhadores foi de 3.285 reais no período, crescimento de 3,4% em um ano.

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