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Recursos da repatriação permanecem na Suíça, dizem bancos

Instituições orientaram os clientes a regularizar situação e pagar a multa, mas a manter dinheiro no país, segundo presidente de associação suíça do setor

Por Da redação
Atualizado em 19 set 2017, 08h59 - Publicado em 19 set 2017, 08h44

A anistia fiscal no Brasil e no restante da América Latina não gerou um fluxo significativo de saída de dinheiro da Suíça. Quem garante isso é o CEO da Associação dos Banqueiros Suíços, Claude Alain Margelisch. O executivo afirmou que, na maioria dos casos, o dinheiro foi regularizado. Mas não deixou a Suíça.

 

Segundo a Receita Federal, com o programa de repatriação, foram regularizados até abril deste ano 152,7 bilhões de reais depositados no exterior. Mas permanecem fora do Brasil 126,1 bilhões de reais. O Banco Central registrou a entrada no país de 26,6 bilhões de reais. Desses, 3,5 bilhões de reais estavam na Suíça.

Margelisch insiste que a maior parte do dinheiro ficou nos bancos do país, que exigiram regularização de seus clientes. Mas, em troca, ofereceram serviços e ajuda para completar esse processo. O México também promoveu um plano de anistia fiscal.

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“Não vimos uma saída de dinheiro”, garantiu o representante dos banqueiros. “Na América Latina, a maioria dos clientes optou por ficar. Isso foi um serviço oferecido pelos bancos suíços que acompanharam seus clientes e mostraram que tinham uma oportunidade de regularizar seus ativos”, explicou.

“Os bancos recomendaram aos seus clientes: pague a multa, regularize a situação. Mas mantenha o dinheiro na Suíça, aproveitando-se de nossa expertise. Vimos isso não apenas com América Latina, mas com programas similares no passado da França, Alemanha e Itália. A maioria optou por continuar na Suíça, pois querem os serviços”, justificou.

No caso do Brasil, Margelisch apontou que “a maioria optou por regularizar sua situação”. “A lógica era de que poderiam aproveitar a ocasião para fazer isso, estar limpo em seu país.”

Fuga de capital

Nem todos os bancos concordam com a constatação da entidade de que o dinheiro sul-americano não tenha saído. O Credit Suisse, um dos maiores bancos do mundo, admitiu em seu informe anual que programas de regularização na América Latina em 2016 contribuíram para uma fuga de capital do banco, que teria chegado a 1,5 bilhão de dólares (4,70 bilhões de reais). O banco não citou países.

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O Credit Suisse, que também vem insistindo em ter apenas clientes com recursos regularizados, é a segunda instituição financeira suíça a apontar para o mesmo fenômeno.

O banco Julius Baer foi o primeiro, ao indicar que teve queda de ativos em relação aos clientes das Américas. Entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016, cerca de 227 milhões de dólares (711,9 milhões de reais) de clientes do continente americano deixaram o banco. “As incertezas políticas em diversos países na região, assim como programas voluntários de repatriação, continuam a pesar, em especial no fluxo de ativos”, indicou.

(Com Estadão Conteúdo)

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