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Quem é o primeiro país da União Europeia a abrir mão do gás russo

Empresas da Lituânia, ex-república soviética, reduziram o uso do combustível da Rússia e passarão a contar com importações da Noruega e dos EUA

Por Larissa Quintino Atualizado em 5 abr 2022, 17h42 - Publicado em 5 abr 2022, 10h24

A Lituânia, uma das ex-repúblicas soviéticas, se tornou o primeiro membro da União Europeia a encerrar a dependência do gás natural da sua vizinha Rússia, o maior fornecedor de combustível do bloco, informou o ministro da Energia do país, Dainius Kreivys. 

Segundo o ministro, as empresas do país báltico cortaram seus fluxos de gás através de gasodutos russos para zero no fim de semana, sem a necessidade de passar por uma proibição do governo.

No ano passado, a Rússia forneceu diretamente cerca de 26% das necessidades de gás da Lituânia e outros 12% vieram do armazenamento na vizinha Letônia, de acordo com a operadora de gasodutos da Lituânia. O país, que está estudando opções para expandir seu terminal de gás natural liquefeito no mar Báltico, agora contará com importações de gás dos EUA e da Noruega, segundo Kreivys. 

O conflito entre Rússia e Ucrânia desencadeou uma corrida para acabar com a dependência do gás pelos países do bloco europeu. A Alemanha, por exemplo, depende do gás russo, já que 40% do fornecimento vem do país de Vladimir Putin. A commodity de energia vem sendo usada como arma política pelo presidente russo. Reagindo às sanções do bloco europeu, Putin baixou um decreto para que o pagamento do produto seja aceito apenas em rublos russos, caso contrário, o fornecimento será cortado. 

Há apenas oito anos, a Lituânia dependia totalmente da Gazprom da Rússia para seu fornecimento de gás. Em dezembro, o governo recomendou que o país mudasse para o GNL quando surgiram os primeiros avisos de uma possível invasão russa à Ucrânia. A Lituânia há muito pede aos estados membros da UE que se afastem do gás russo. “Caros amigos da UE, desliguem”, disse o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, no último domingo, 3, pelo Twitter. “Não seja cúmplice.”

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