Economia

Queda nos pedidos de seguro-desemprego reforça cautela do Fed

A média móvel de quatro semanas recuou para 216 mil, em comparação com os 217 mil registrados na semana anterior

Por Luana Zanobia SEGUIR SEGUINDO 13 fev 2025, 11h15

fila de pessoas em busca de emprego em Nova York, nos Estados Unidos — Fila de pessoas em busca de emprego em Nova York, nos Estados Unidos - (Justin Sullivan/Reuters/VEJA)

O número de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos continua a sinalizar resiliência, com a média móvel de quatro semanas recuando para 216 mil, em comparação com os 217 mil registrados na semana anterior. Embora a variação seja sutil, a estabilidade nos pedidos reforça a percepção de que o mercado de trabalho americano permanece forte.

Essa força no emprego tem impacto direto na estratégia de política monetária do banco central americano, o Federal Reserve (Fed). Em sua última reunião, o Fed optou por manter as taxas de juros inalteradas, refletindo sua postura cautelosa diante de pressões inflacionárias persistentes e um mercado de trabalho que continua a mostrar vigor. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu para 2,9% na base anual, e o banco tem demonstrado preocupação com o impacto das políticas tarifárias da era Trump sobre a inflação americana.

O grande desafio do banco central é encontrar o equilíbrio entre controlar a inflação, que ainda está acima da meta de 2%, e evitar uma recessão. Os dados recentes sobre o seguro-desemprego fornecem suporte para que o Fed mantenha as taxas de juros ou até mesmo as eleve, caso a inflação volte a subir, já que o mercado de trabalho ainda tem margem para absorver essas medidas. A demanda aquecida e os aumentos salariais podem, no entanto, alimentar novas pressões inflacionárias — um risco que o Fed monitora de perto.

O presidente do Fed, Jerome Powell, já sinalizou que futuras mudanças na política monetária serão guiadas pelos dados econômicos. Até o momento, a inflação segue em alta, enquanto o mercado de trabalho apresenta sinais mistos. Em janeiro, o relatório de empregos não-agrícolas (payroll) registrou a criação de 143 mil vagas — o menor crescimento desde agosto do ano passado e 26 mil abaixo das expectativas do mercado. No entanto, o dado mais recente aponta que a economia americana continua sem uma direção clara, ainda exibindo sinais de resiliência, apesar das incertezas.