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Quando o Banco Central deve fazer cortes na Selic e qual será o tom da ata do Copom

Economista da Fiesp participa do programa Mercado

Por Veruska Costa Donato 7 nov 2025, 14h40

O Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter o tom conservador nas próximas semanas. É o que avalia Igor Rocha, economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em entrevista ao programa Mercado, apresentado por Veruska Donato. Segundo ele, a taxa básica de juros permanecerá em 15% ao ano até o fim de 2025, com cortes apenas no primeiro semestre de 2026.

“Não há grandes novidades. O Banco Central está fazendo um trabalho competente, mas ainda espera uma melhora mais consistente nas expectativas para começar a reduzir a Selic”, afirmou Rocha.

Ata do Copom não deve trazer surpresas

A ata da reunião do Copom, que será divulgada na terça-feira, não deve alterar o diagnóstico do mercado, segundo o economista. A principal mensagem, diz ele, será a continuidade da política de aperto monetário para consolidar a ancoragem das expectativas de inflação.

“O Banco Central está coordenando o movimento entre a Selic e o juro futuro. Se sinalizar cortes de forma precipitada, pode desancorar expectativas e gerar um efeito contrário”, explicou.

Rocha destacou que a taxa Selic reflete apenas o curto prazo, enquanto os bancos e o setor produtivo baseiam suas decisões no juros futuro, que já mostra queda gradual desde o fim de 2024.

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“O crédito está um pouco mais barato do que no início do ano, mas ainda em patamares muito restritivos para incentivar a expansão da economia”, disse.

Indústria sente o peso do aperto

Mesmo com desemprego baixo e alguns setores aquecidos, a economia dá sinais de moderação. O crescimento de 2025 deve ficar abaixo do observado em 2024, e a indústria deve ser uma das áreas mais afetadas.

“No ano passado, a indústria cresceu 3,1%. Neste, deve crescer menos de 1%. É um freio de arrumação claro, reflexo direto da política monetária ainda muito dura”, avaliou o economista da Fiesp.

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Rocha pondera que o atual cenário exige cautela na comunicação do Banco Central, para evitar choques nos juros futuros. Mas alerta: “O custo do dinheiro ainda trava investimentos e pesa na atividade produtiva.”

Expectativas para 2026

O setor industrial, segundo o economista, espera um ciclo de cortes moderado e previsível no próximo ano. O movimento, diz Rocha, dependerá da evolução da inflação e da política fiscal.

“O Copom vai preferir errar pelo excesso de prudência. Só quando houver clareza de que as expectativas estão firmemente ancoradas é que veremos a Selic cair de fato”, concluiu.

Até lá, o diagnóstico é o mesmo: juros altos, crédito caro e crescimento tímido — um quadro de resistência controlada, que segue testando o fôlego da indústria brasileira.

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