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Qual pode ser o valor do dólar em 2025, segundo o mercado

Bancos e consultorias estimam que moeda deve continuar acima dos r$ 6 ao longo de todo o ano e pode piorar ainda mais se a dívida do país não parar de crescer

Por Redação Atualizado em 13 jan 2025, 16h14 - Publicado em 13 jan 2025, 14h08

O dólar está alto, mas deve continuar subindo ainda mais em 2025, no consenso de analistas e economistas, em especial por conta da credibilidade cada vez mais baixa de investidores domésticos e globais com relação à situação fiscal brasileira.

Na tarde desta segunda-feira, 13, o dólar era negociado a 6,10 reais. A estimativa mais recente captada pelo Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores, é de que o dólar encerre 2025 cotado a 6 reais — uma piora rápida da expectativas em poucos meses. No início de novembro, a mesma pesquisa indicava uma expectativa de 5,43 reais para a cotação da moeda ao fim deste ano.

Esse resultado, entretanto, reflete apenas a média de uma centena de projeções colhidas toda semana e embute perspectivas muito piores. Para muitas casas, o dólar deve seguir neste ano igual ou pior do que os valores a que chegou no fim de 2024, quando passou dos 6 reais pela primeira vez, e, a depender de como o governo conduza a economia, pode ser ainda pior.

Na visão do BTG Pactual, por exemplo, o dólar pode passar dos 7 reais caso o governo federal intensifique ainda mais as frouxidões com relação à gestão do Orçamento ou da inflação. Nesse caso, a cotação da moeda, pelas estimativas do banco, pode encerrar 2025 aos 7,10 reais e, 2026, aos 7,30. O cenário base dos analistas do BTG é que, mantida a gestão econômica no mesmo passo atual — o que inclui uma enorme resistência do governo em conter com mais afinco os gastos crescentes e uma ampla descrença em sua capacidade de colocar as contas de volta no azul —, o dólar deve encerrar 2025 valendo 6,25 reais e, 2026, cotado a 6,35 reais.

Por outro lado, um choque de ajuste e credibilidade teria o efeito contrário e poderia derrubar a moeda de volta para os 5,20. “A implementação de medidas que sinalizem claramente o compromisso do governo com a sustentabilidade do arcabouço fiscal e a estabilização da trajetória da dívida pública teria o potencial de reduzir o prêmio de risco do Brasil, promovendo uma apreciação do câmbio para um patamar próximo a 5,20 reais”, disse o BTG em relatório recente a clientes com um balanço e projeções sobre o setor externo brasileiro. “Por outro lado, ações que contornem o Orçamento, intensifiquem mecanismos parafiscais, minem a credibilidade da política monetária ou envolvam intervenções no mercado cambial tendem a pressionar ainda mais o câmbio, podendo levá-lo a ultrapassar a barreira de 7 reais”, conclui.

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A consultoria MacroSector destaca a piora recente do risco Brasil e estima que a taxa de câmbio deve encerrar 2025 na faixa de 6,30 reais. Com isso, o câmbio médio do ano pode ficar em torno dos 6,25 reais (16% mais caro que a média de 2024, que foi de 5,39 reais). “Em janeiro de 2025, o risco país deve se situar no elevado patamar de 280 pontos básicos”, disse a consultoria em relatório, mencionando o EMBI+ Brasil, índice elaborado pelo JP Morgan que verifica a distância entre os retornos pagos por títulos de um grupo de países emergentes em relação aos títulos norte-americanos. Quanto maior essa diferença, maior o risco assimilado ao país em questão. “Nos últimos meses, aumentou a desconfiança quanto à capacidade do governo federal de cumprir a meta de equilíbrio fiscal para 2025”, continua a análise.

A cotação do CDS do Brasil, outro indicador usado para medir o risco país, chegou a passar dos 200 pontos no início deste mês e era negociada nos 188 pontos no fim da semana passada. Há um ano, essa pontuação estava flutuando entre 130 e 140 pontos. O CDS, ou credit default swap, é um título negociado no mercado internacional que garante aos investidores um pagamento em caso de calote nos títulos públicos de um determinado país. Quanto mais procurado, mais a sua pontuação sobe, indicando um aumento na percepção de risco dos investidores em relação àquela economia.

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