Prévia do PIB aumenta preocupações com o fiscal
A atividade econômica mais fraca pode resultar em menor arrecadação, exacerbando o déficit fiscal
O Banco Central do Brasil divulgou nesta sexta-feira, 14, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de abril, considerado a prévia do PIB, que registrou crescimento de 0,01%. O desempenho ficou significativamente abaixo das expectativas do mercado, que previa um aumento de 0,45% para o período, conforme o consenso de analistas, alimentando preocupações sobre o cenário fiscal do Brasil.
A atividade econômica mais fraca pode resultar em menor arrecadação de impostos, exacerbando o déficit fiscal e limitando a capacidade do governo de implementar políticas expansivas. “Atividade econômica mais baixa resulta em menor arrecadação de impostos, o que pode gerar ainda mais preocupação fiscal,” explicou Caio Tonet, diretor de operações da W1 Capital. Esse cenário cria um ambiente de maior incerteza, dificultando a gestão da política monetária pelo Banco Central.
A estabilidade econômica do país depende não apenas de um crescimento constante, mas também de uma gestão fiscal responsável. Com uma arrecadação enfraquecida, o governo pode enfrentar dificuldades em financiar suas operações e manter a confiança dos investidores. “Esse cenário fiscal é o que mais preocupa o mercado e deve influenciar fortemente as próximas decisões do Copom,” acrescentou Tonet.
O analista e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, destacou que o índice abaixo do esperado reflete uma desaceleração econômica. “O PIB do ano passado foi um pouco mais inflado pelo agronegócio, o que já não acontece nesse ano.” Segundo ele, os dados do segundo trimestre podem ser afetados pelas recentes chuvas no Rio Grande do Sul, trazendo novas incertezas. Apesar disso, Cohen acredita que isso não deve impactar a decisão do Banco Central em relação às taxas de juros, que devem permanecer inalteradas.