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Prévia da inflação em agosto desacelera e isso não é necessariamente uma boa notícia

Ainda há uma diferença entre a taxa real e a meta proposta para o ano. E as boas notícias talvez tenham acabado

Por Daniel Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 ago 2025, 17h11 - Publicado em 26 ago 2025, 15h06

A prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA-15, registrou deflação. O índice medido pelo IBGE caiu 0,14%. O que é uma boa notícia seguida de outras duas: foi a maior queda desde setembro de 2022, quando o dado caiu 0,37%. E é a primeira deflação registrada desde julho de 2023, quando a redução foi residual: 0,07%.

Mas três boas notícias não foram capazes de anular duas negativas. A deflação veio com força menor do que a esperada pelos analistas e, com isso, se havia alguma esperança de queda dos juros ainda neste ano, ela não existe mais. Ou seja, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro vai manter a Selic em 15% ao ano.

Nunca é demais lembrar. O índice de inflação é um dos principais índices que a autoridade monetária acompanha no momento de definir a taxa básica de juros. A palavra “inflação”, por exemplo, apareceu 53 vezes na última ata emitida pelo Copom, no comecinho de agosto. E a frase que mais chamou a atenção na ata foi: “O cenário de inflação seguiu apresentando surpresas baixistas no período recente em relação ao que os analistas previam, mas manteve-se com inflação acima da meta”. Hoje, isso significa dizer que o mercado espera que o IPCA termine o ano em 4,86%. A meta pode oscilar um ponto e meio porcentual em relação ao seu centro, que hoje é de 3%. Ou seja, a meta pode ser de alta de 4,5%.

O copo meio cheio e meio vazio da inflação

Aqui, pode-se olhar o copo meio cheio e, agora, também meio vazio. A boa notícia é que hoje a inflação oficial está mais perto do que antes dessa meta. O copo meio vazio: o resultado de hoje indica que a prévia de agosto mostrou que essa diferença entre 4,5% e 4,86% parece intransponível. Pelo menos até o fim do ano.

A projeção do Bradesco era de que essa prévia da inflação de agosto seria de queda de 0,22%. A do mercado? De 0,20%. A explicação do banco foi a pressão de preços maior no setor de serviços. “Em nosso cenário de desaceleração econômica à frente, continuamos a enxergar o arrefecimento da inflação para o fim desse ano e ao longo de 2026”.

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O Itaú seguiu pelo mesmo caminho.

“O dado de hoje mostrou surpresa altista disseminada em serviços e serviços subjacentes. interrompendo a tendência de queda das últimas divulgações e reforçando o impacto altista do mercado de trabalho apertado sobre a inflação”, indica relatório do banco. O dado, no entanto, não mudou o cenário-base desenhado por Mário Mesquita, economista-chefe da instituição financeira. “Seguimos esperando inflação de 5,1% para o ano”.

Ou seja, essa diferença entre inflação real e a meta vai se ampliar na visão do Itaú.

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Adeus queda de juros

E diante desse cenário, adeus queda de juros em 2025. Aposto que o mercado vai interromper, no próximo Boletim Focus, a previsão de queda do IPCA para este ano, que por sinal já acumula 13 revisões baixistas seguidas. Assim, a conclusão da breve análise feita por Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, sobre a prévia da inflação de agosto, é bastante assertiva no que pode ocorrer daqui pra frente. “O dado interrompe a sequência recente de surpresas positivas para a inflação corrente e pode reduzir o ímpeto das revisões baixistas nas projeções para 2025”.

Para o investidor, todo esse cenário indica que a taxa de juros alta mantém a renda fixa atrativa, muito embora a bolsa de valores brasileira está barata, como indica a relação preço/lucro atual em comparação com a média histórica. Isso mesmo quando se olha incluindo ou não as ações de Petrobras e Vale, os dois papéis com maior peso no Ibovespa.

 

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