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Prévia da inflação de julho cede junto com preço menor da gasolina

Índice ficou em 0,13%, o menor em mais de dois anos; apesar de combustível e conta de luz mais barata, inflação continua na casa de dois dígitos em 12 meses

Por Larissa Quintino Atualizado em 26 jul 2022, 14h38 - Publicado em 26 jul 2022, 09h11

Puxado pela queda do preço dos combustíveis na bomba, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, desacelerou para 0,13% em julho, 0,56 ponto percentual abaixo da taxa de junho (0,69%), segundo dados publicados pelo IBGE nesta terça-feira, 26. Esta é a menor variação mensal do IPCA desde junho de 2020 (0,02%).

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice de preços segue acima dos dois dígitos, em 11,39%, porém abaixo dos 12,04% medidos no último mês. Vale lembrar que a meta de inflação deste ano era de 3,5%, com margem de tolerância até 5%. Este caminha para ser o segundo ano consecutivo com o estouro da meta.

Os transportes são o item com maior peso na cesta de produtos do IPCA que compõe o índice de preço, com a gasolina sendo o subitem que tem mais influência neste grupo. Em julho, o grupo registrou deflação de 1,08%, influenciado pela redução de 5,01% na gasolina e de 8,16% no etanol.  Conforme os preços desse grupo ficam menores, há uma influência direta no indicador geral dos preços. O IPCA-15 mede os preços nas duas primeiras semanas do mês de referência (julho) e das duas últimas do mês anterior (junho). O índice oficial de julho será publicado no dia 8 de agosto.

O preço dos combustíveis e sua influência na inflação foram a principal briga comprada pelo presidente Jair Bolsonaro na primeira metade do ano. Com os preços já pressionados vindos da pandemia e do risco fiscal dentro do próprio país com a aprovação da PEC dos Precatórios e o drible no teto de gastos, a guerra entre Rússia e Ucrânia piorou a situação por causa da alta global nos preços do barril do petróleo. Conforme a Petrobras aplicava a política de paridade de preços internacional, a crise entre o Planalto e a estatal se intensificava, tanto que dois mandatários da Petrobras foram trocados este ano.

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Enquanto fomentava a briga com a estatal, o governo articulou no Congresso o projeto que determina um piso no ICMS, imposto estadual, sobre combustíveis e itens como conta de luz e telecomunicações. O projeto, que também zerou impostos federais sobre os combustíveis até o fim do ano teve impacto no preço da gasolina ao consumidor final e, consequentemente, no índice de inflação. Na prévia de julho, o índice de habitação também registrou deflação de 0,78%. 

Vale salientar, porém, que a queda da inflação está focalizada no preço dos combustíveis, e a pressão dos preços continua em outros grupos que compõe o IPCA-15. Dos nove grupos da cesta, seis tiveram variação positiva. “O índice de difusão, que mostra o porcentual de itens que aumentaram de preços no mês, continua acima dos 67%. Isso mostra que a inflação segue disseminada pela economia”, afirma Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. 

O grupo de alimentos e bebidas, que tem influência maior sobre as famílias mais pobres, foi um dos que cresceu em ritmo. No mês, houve aceleração de 0,25% para 1,16%. A alta do preço do leite longa vida (22,27%) e derivados como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%) pesou no bolso do consumidor na hora de fazer mercado. Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.

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