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Prévia da inflação acelera em agosto e bate 9,30% em 12 meses

IPCA-15 subiu 0,89% no mês, com alta em oito de nove grupos pesquisados; energia elétrica foi o que mais pesou, com bandeira tarifária e reajustes regionais

Por Larissa Quintino Atualizado em 26 ago 2021, 15h44 - Publicado em 25 ago 2021, 09h30

A conta de luz mais cara novamente tem puxado a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, ficou em 0,89% em agosto, acima dos 0,72% registrados no mês anterior. Com isso, o acumulado dos últimos 12 meses bateu 9,30%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos nove grupos de produtos pesquisados, oito registraram altas nos preços no mês, mostrando uma pressão ampla dos preços.

Vale ressaltar que a meta de inflação para o ano é de 3,75%, com tolerância até 5,25%, o que mostra uma aceleração acentuada no acumulado, apesar da desaceleração no mês. No ano, o indicador registra alta de 5,81%. A estimativa do mercado financeiro é que o IPCA feche o ano em 7,11%, o que deve pressionar ainda mais a taxa básica de juros e prejudicar a retomada da economia.

O IPCA-15 considera a variação de preços na primeira quinzena do mês de referência e na última do anterior e por isso é chamado de prévia da inflação. O indicador divulgado nessa quarta capta tem grande efeito da crise hídrica. A alta dos preços da energia elétrica em julho, com o reajuste da bandeira tarifária vermelha 2 de 6,24 reais para 9,49 reais a cada kWh consumido, e o reajuste tarifário de concessionárias aplicado em agosto, que subiram o preço da energia em algumas capitais como São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Belém, também pressionaram pelo aumento de tarifa.

Segundo o IBGE, o aumento registrado pelo IPCA-15 foi de 5%, maior impacto individual para o mês. O grupo habitação, do qual a energia elétrica faz parte, acelerou 1,97%, também influenciado por altas no gás de botijão (3,79%) e do gás encanado (0,73%).

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Dos nove grupos de produtos pesquisados, oito registraram alta no mês. A segunda maior contribuição, após habitação, veio dos transportes, com aumento de 1,11%, seguido por alimentação e bebidas, em 1,02%. Os transportes foram pressionados pela alta dos combustíveis, que subiram 2,02% após marcarem 0,38% em julho. O maior impacto veio da gasolina (2,05%), cuja variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,52%. Também subiram os preços do etanol (2,19%) e do óleo diesel (1,37%), enquanto o gás veicular registrou queda de 0,51%. 

No caso dos alimentos, o clima seco e as ondas de frio prejudicaram plantações país a fora. A alimentação no domicílio, por exemplo, passou de alta de 0,47% em julho para 1,29% em agosto. Contribuíram para essa aceleração as altas do tomate (16,06%), do frango em pedaços (4,48%), das frutas (2,07%) e do leite longa vida (2,07%).

No mês, apenas o grupo de saúde e cuidados pessoais registrou deflação, com queda de 0,29%. Isso se deve sobretudo à queda nos preços dos itens de higiene pessoal (-0,67%), produtos farmacêuticos (-0,48%) e plano de saúde (-0,11%).

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